Machucado, Kanaan promete correr em SP "nem que seja com uma mão só"

Perto de fazer a sua 200ª corrida consecutiva neste final de semana na São Paulo Indy 300, Tony Kanaan não está totalmente confiante. Para chegar ao feito, ele terá que superar as dores de uma luxação na mão direita causada por um acidente na penúltima volta da etapa de Long Beach. Apesar da recomendação de repouso por parte dos médicos, por enquanto ele descarta desistir: "Aqui no Brasil, não vai ter jeito, vou correr nem que seja com uma mão só".
 
Apesar de toda essa determinação, ele próprio admitiu que não vai ser tão simples assim: "Vou saber se vou conseguir andar ou não no sábado de manhã. Incomoda, mas ainda não sei responder o que vai acontecer. Tenho certeza que vai doer, mas o quanto vou conseguir suportar só vamos saber no sábado".
 
Logo depois de responder às perguntas do jornalista na coletiva desta quinta-feira, Kanaan foi para a garagem da sua equipe, a KV Racing, para fazer o molde de sua mão em uma borracha especial que o ajudará a manejar o volante mesmo com o polegar imobilizado. "Na outra parte da mão, tenho força. Agora que tiraram aquelas zebrar, então, acho que vou conseguir", observou.
 
Ao contrário da Fórmula 1, os carros da Indy não têm direção hidráulica, mas Kanaan disse haver um jeito de amaciar o volante através do acerto do carro, mesmo que isso prejudique o desempenho do carro. Para ele, o que importa é correr. Sabendo disso, a colega Bia Figueiredo trouxe um presente simbólico para servir de amuleto a Tony.
 
Bia presenteou Tony com a munhequeira que disse ter usado na prova de 2011, quando ela correu no Anhembi mesmo com a mão quebrada. Tony agradeceu: "Espero que a mãozinha velha de guerra aguente. Foi um acidente banal que me custou bastante, quando o médico disse que iria demorar oito meses para cicatrizar, dei risada. Mas é verdade. Foram três lesões em três ligamentos diferentes. Disseram que iria precisar de repouso, mas repouso é o que menos tenho".
 
Aos 38 anos, o ex-companheiro de Rubens Barrichello ainda teve que responder a perguntas sobre sua aposentadoria: "Não sei o que é isso, faltei a essa aula na escola. Espero ainda quebrar o recorde do meu chefe (Jimmy Vasser), que é de 211 corridas. Tenho muito etanol para queimar ainda. Mas, como no automobilismo tem essa luta constante por patrocínio, é capaz de me aposentarem antes de eu querer. Espero que isso não aconteça".
 
A largada da São Paulo Indy 300 está marcada para o meio-dia de domingo, e o treino de classificação será às 14h50 de sábado. Líder da classificação e um dos favoritos, Helio Castroneves jogou a pressão para seu companheiro de Penske, Will Power, vencedor de todas as três edições da prova. Mas prometeu ser agressivo em busca de uma inédita vitória brasileira.
 
"Não tem favoritismo, a competição está muito alta, e a categoria é muito disputada. Então é complicado apontar um favorito. Ele (Will Power) é mais favorito que eu por ter vencido as ultimas três. Dentro da equipe, temos uma rivalidade saudável, nada como o que acontece em outras categorias. Nossa relação é aberta, seja quanto ao acerto ou o traçado, mas às vezes uma estratégia diferente pode ser decisiva. Acho que ser agressivo é a atitude correta, em vez de se defender. O momento é muito bom para manter ou até expandir essa liderança", declarou Castroneves.