Senna diz que não pensou em parar após trauma de morte de companheiro
O brasileiro Bruno Senna experimentou uma das piores sensações que um piloto de automobilismo pode descobrir na pista, vivendo de perto a morte do companheiro de equipe Allan Simonsen durante as 24 Horas de Le Mans. Marcado pela perda do tio famoso na infância, o jovem da categoria GTE Pro diz, no entanto, que não cogitou desistir da carreira nem por um instante com o novo trauma.
Simonsen morreu no fim de junho, ao perder o controle de seu Aston Martin ao passar sobre uma zebra em uma das curvas do circuito e em seguida bater forte contra o guard-rail. O piloto dinamarquês de 34 anos foi atendido na pista, chegou a se comunicar com a equipe de atendimento, mas acabou falecendo no hospital uma hora depois.
"No carro, toda vez que você passa, você sempre lembra, uma coisa meio traumatizante. No final das contas você tem que fazer o seu trabalho, focar na corrida. E a gente estava bem até o nosso acidente, que foi muito frustrante, mas são coisas que acontecem no automobilismo", comentou Bruno Senna em entrevista ao UOL Esporte [veja a entrevista em vídeo, abaixo].
"Pra mim é assim, automobilismo tem risco, reconheço isso desde o começo. Uma coisa que está presente. Nunca tinha passado por uma situação de alguém falecer no final de semana que eu estou correndo, mas é a parte do esporte. É um risco que a gente assume, um risco que a gente tenta controlar", acrescentou o brasileiro.
Bruno afirma que entrou em contato com parentes ainda durante a corrida na França, para tranquilizar a família que viveu o trauma da morte de Ayrton Senna em condições semelhantes, em 1994.
"Eu conversei com a minha mãe, com as minhas irmãs. Primeiro avisei elas que tinha falecido um dos pilotos da equipe e tudo mais. Elas ficaram meio surpresas, mas na hora elas não falaram nada. A gente conversou mais depois da corrida mesmo", relata o piloto.
A morte de Allan Simonsen comprometeu a festa pelos 90 anos das 24 Horas de Le Mans, uma das provas mais cultuadas do universo do esporte a motor. A batida do carro do dinamarquês foi tão forte que danificou seriamente a barreira de proteção, fato que fez com que a prova ficasse cerca de uma hora sob a intervenção do safety car para reparos de segurança.
Nos 90 anos de história das 24 Horas de Le Mans, Simonsen é o 22º piloto a morrer em pista, o primeiro desde o francês Sébastien Enjoiras, falecido em 1997.
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