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Pilotos brasileiros esperavam mais da etapa de abertura da GP2

Livio Oricchio

Do UOL, em Sakhir (Bahrein)

06/04/2014 12h19

Não foi o que Felipe Nasr, brasiliense de 21 anos, e André Negrão, paulista de 21 anos, esperavam de sua participação na abertura do campeonato da GP2, no fim de semana no circuito de Sakhir, em Bahrein.

Nasr, no seu terceiro ano na categoria, piloto da equipe Carlin, largou em 11.º ontem, na primeira prova, e terminou em oitavo. Na corrida de hoje, largou em primeiro, por ter sido oitavo ontem e na GP2 o grid da segunda prova é invertido dentre os oitos primeiros da corrida de sábado. Mesmo largando na pole position Nasr ficou na quarta colocação.

André é estreante na GP2 e compete pela equipe Arden. Largou em 14.º ontem e recebeu a bandeirada em 20.º. Hoje iniciou a segunda corrida em 20.º e terminou em 18.º.

O UOL Esporte conversou com Nasr e Negrão depois da prova de hoje. O brasiliense era o favorito para ganhar sua primeira corrida na GP2. "Eu soltei a embreagem e o carro não saiu do lugar, foi isso o que aconteceu", disse, logo depois de deixar o cockpit, profundamente afetado com o resultado. "Essa embreagem é muito sensível, qualquer variação na temperatura e ela muda o ponto em que começa a funcionar", explicou.

Na freada da primeira curva Nasr era apenas o 11.º colocado. "Fiz a primeira curva por fora e consegui passar cinco carros." Só por esse motivo obteve ainda o quarto lugar, pois ultrapassou ao longo das 23 voltas da prova dois outros adversários.

"Não tive o começo de campeonato que eu imaginava. Mas o importante é que nosso carro está muito bom e há ainda muita corrida pela frente", disse Nasr, que já é piloto de testes da Williams, mas para pensar em ser titular na F-1 em 2015, como tanto deseja, precisa ter desempenho muito superior ao do GP de Bahrein nas demais etapas do calendário da GP2.

Seu companheiro na Carlin, por exemplo, o colombiano Julian Leal, de 23 anos, sem o currículo de conquistas de Nasr nas categorias de base, largou em 12.º sábado e recebeu a bandeirada em brilhante segundo lugar, um segundo e meio, apenas, atrás do que parece ser um supertalento do automobilismo, o belga Stoffel Vandoorne, da ART, vencedor da prova na sua estreia na GP2. Hoje Leal saiu da sétima colocação no grid para terminar em terceiro. O inglês Jolyon Palmer, da DAMS, venceu.

Apesar de esperar um resultado um pouco melhor na sua primeira experiência na GP2, André Negrão não estava totalmente insatisfeito. "Ontem bateram no meu carro na largada e corri o tempo todo com o volante torto. Foi bom me manter na pista para entender como funcionam os pneus da GP2, completamente distintos dos da Fórmula Renault 3.5 World Series". Negrão vem de duas temporadas nesta competição.

Os pneus da GP2 são construídos pela Pirelli segundo a mesma filosofia dos pneus distribuídos na F-1: elevada degradação, a fim de tornar o espetáculo menos previsível. É uma imposição de Bernie Ecclestone, promotor dos dois campeonatos, F-1 e GP2. "Aqui na GP2 comecei a entender como administrar o consumo dos pneus, mas tenho ainda muito o que aprender." O importante, lembrou André, foi ter se mantido na pista nas duas corridas de estreia, a fim de ganhar experiência.

"Espero mais de mim mesmo na próxima corrrida", afirmou. Será no fim de semana da quinta etapa da F-1, no Circuito da Catalunha, em Barcelona, dias 10 e 11 de maio.

Depois das duas provas de abertura, o líder da GP2 é Palmer, com 38 pontos, seguido por Leal, 28, e Vandoorne, 25. Nasr está em quinto, com 12 pontos. Negrão não somou pontos em Bahrein.