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Na GP2, Nasr dá um show em Mônaco: vai de 18º no grid à 3ª colocação

Divulgação
Imagem: Divulgação

Livio Oricchio

Do UOL, em Mônaco

23/05/2014 10h37

Tudo levava a crer que o fim de semana para Felipe Nasr, em Mônaco, seria daqueles para serem esquecidos. Afinal o piloto da Carlin, vencedor da última etapa da GP2, em Barcelona, fora mal na classificação, ontem, e não obteve nada melhor que o 18º lugar no grid. 

Tratando-se do circuito de 3.340 metros do Principado, onde as ultrapassagens são muito difíceis, se Nasr marcasse algum ponto, ou seja, chegasse entre os oito primeiros, já estaria no lucro. 
 
Mas Nasr disputou uma das suas melhores corridas desde que estreou na GP2, em 2012, e recebeu a bandeirada em terceiro. O vencedor foi o seu ex-companheiro na Carlin, em 2013, o inglês Jolyon Palmer, agora na DAMS, autor da pole position. André Negrão foi tocado pelo companheiro de Arden, na 12ª volta, na lenta curva Loews, o que acabou provocando seu abandono e até a interrupção da corrida, pois não havia onde passar na pista.
 
"Arrisquei muito no começo, principalmente", disse Nasr. Ao final da primeira volta, ele já era o 12º colocado. "Quando você está numa posição como a que estava não há outra saída. Hoje tudo veio para o meu lado." Lamentou ter perdido um tempo importante atrás do japonês Kimiya Sato, da Campos. 
 
"O Evans saiu dos boxes na minha frente, depois do seu pit stop", disse Nasr. O neozelandês Mitch Evans garantiu dessa forma a segunda colocação, recebendo a bandeirada 653 milésimos na frente de Nasr.
 
Mas não havia do que reclamar, como destacou. No treino livre, ontem, Nasr errou na chicane da saída do túnel e colidiu no guardrail. O brasiliense tem um índice muito baixo de erros. E na definição do grid o seu carro estava muito instável. "Saía demais com a frente." 
 
O melhor, segundo explicou, é a sua perspectiva para a segunda corrida do fim de semana, amanhã, com largada às 11h10, horário de Brasília, em 30 voltas ou no máximo 45 minutos. "Teve um monte de piloto que usou o segundo jogo de pneus macios, hoje, além do supermacio no começo da prova, em razão da interrupção e dos safety cars", disse Nasr. "Eu me aguentei com o mesmo jogo de pneus por 30 voltas e tenho um jogo novo dos macios para amanhã."
 
Negrão poderia ter seguido na corrida se não atendesse o que o comissário de pista da curva Loews lhe disse para fazer. "Ele me mandou sair do carro." Vários pilotos tiveram problemas de superaquecimento nos seus carros por terem permanecidos parados na confusão formada da Loews. 
 
Mas mesmo tendo desligado o motor, puderam depois ser transportados para o grid a fim de voltar à prova. Só não podiam ter deixado o cockpit. A formação no grid obedeceu à da classificação na volta anterior à bandeira vermelha, a que interrompeu a disputa. Se Negrão tivesse continuado na competição tinha até chance de marcar pontos, pois seu ritmo regular era o que mais a corrida de Mônaco estava requerendo. Nem sempre os comissários sabem o que fazem.
 
O vencedor, Palmer, deu sequência a um retrospecto extraordinário este ano: nas cinco provas disputadas até agora, duas em Bahrein, duas na Espanha e a de hoje, chegou no pódio em todas. O carro da sua equipe, DAMS, é seguramente o mais rápido da GP2 hoje, mas sem a competência de Palmer os resultados notáveis não seriam possíveis. Soma, agora, 101 pontos, líder destacado, diante de 57 de Nasr, segundo colocado. Negrão, estreante na GP2, não marcou pontos ainda.