Dinheiro da Indy no DF vai ser usado para tapar buracos em vias públicas
Os mais de R$ 20 milhões que já estavam liberados para parte da reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, que receberia a etapa da Fórmula Indy em 8 de março, foram transferidos da pista de corrida para as vias públicas. A informação foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) na quinta-feira (5).
O decreto 36.357 no DODF trouxe dois anexos. O primeiro tratava do cancelamento dos recursos destinados à reforma do autódromo, no valor de R$ 20.479.297,00. O Anexo II determinava a suplementação do mesmo valor para a recuperação de rodovias. Assim, o Autódromo Internacional Nelson Piquet permanecerá em ruínas, sem boxes e sem pista.
O anúncio no diário oficial confundiu a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). Na sexta-feira (6), a entidade, que controla a modalidade no país, disparou um comunicado informando que o Governo do Distrito Federal (GDF) liberara o montante para a conclusão das obras do circuito. "É uma vitória para o esporte", comemorou, em nota, o presidente da CBA, Cleyton Pinteiro.
A assessoria do GDF, consultada pelo UOL Esporte, negou que o governo tenha repassado qualquer verba para conclusão do serviço. “Houve uma interpretação errônea do Decreto nº 36.357. Não houve liberação de valores para a conclusão das obras do autódromo, e sim para recuperação de rodovias”, informou o governo da capital.
Enquanto isso, os R$ 20 milhões serão utilizados na operação tapa-buraco. De acordo com o GDF, caso a Indy fosse realizada, o serviço, conhecido como fresagem, seria prejudicado. A assessoria do governo também informou que o autódromo será concluído, mas com outros recursos, ainda não divulgados.
As obras foram suspensas em 29 de janeiro, por determinação do Trubunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), seguindo uma determinação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O Ministério Público expediu uma recomendação aos presidentes da Terracap e Novacap, empresas do governo local responsáveis pelas obras no Autódromo Internacional Nelson Piquet, para não "licitar, realizar, autorizar, empenhar, liquidar, reconhecer ou pagar quaisquer despesas" relacionadas à essa reforma.
O MPDFT levou em consideração a situação financeira da capital federal, que adiou o início do ano letivo das escolas públicas, milhares de servidores terceirizados e de carreira reclamam do não pagamento do 13º salário e férias, faltam itens de primeira necessidade nos hospitais, o desfile das escolas de samba do carnaval de Brasília foi cancelado, e o GDF decretou estado de emergência na gestão da saúde pública.
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