Fittipaldi processa TV Record por dano moral em matéria sobre suas dívidas
Emerson Fittipaldi acionou a TV Record e o Banco ABC/Brasil na Justiça por danos morais, em ação de R$ 200 mil. A defesa do ex-piloto acusa a emissora paulista de narrar a atual situação financeira de Fittipaldi de forma mentirosa, danosa e sensacionalista.
A matéria que motivou o ingresso aos tribunais foi veiculada pela Record em 3 de março de 2016, no programa Domingo Espetacular.
No processo, os advogados de Fittipaldi informam que o conteúdo exibido na TV apresentou o ex-piloto como “falido”.
“A informação é usada de modo abusivo para aniquilar a pessoa retratada, com o emprego de incontinência verbal, de ataque duro e desnecessário. O exagero no modo de exposição dos fatos acaba por dar margens a dubiedades, à criação de falsas ideias na mente do leitor, desvirtuando, portanto, o exercício de informar”, diz trecho do processo movido por Fittipaldi.
Ao UOL Esporte, a defesa do ex-piloto acrescenta que a Record não teria concedido direito a Fittipaldi de se defender das acusações. Além disso, a emissora teria exposto documentos e imagens sigilosas.
Na ação, a defesa diz que o conteúdo supostamente deturpado apresentado pelo réu (Record) trouxe prejuízos financeiros a Fittipaldi, que perdeu palestras e outros eventos.
A assessoria de comunicação da TV Record informou ao UOL Esporte que não comentará o assunto.
O ex-piloto admitiu ter dívidas em torno de R$ 25 milhões. No entanto, seus advogados informam no processo que o patrimônio do bicampeão de Fórmula 1 é superior a esse montante, negando que Fittipaldi tivesse falido.
Na ação, os advogados alegam que a Record, através de seu portal, teria dito que Fittipaldi tinha uma “vida de ostentação”, em paralelos aos processos judiciais que enfrenta.
"A dolosa omissão da perspectiva do Autor sobre os fatos, aliás, reforça a fantasiosa insinuação de que ele estaria tentando ocultar o seu patrimônio e o de suas sociedades empresariais para se livrar do pagamento das dívidas. Essa inverídica versão foi pisada e repisada na reportagem", apresenta no processo o advogado de Fittipaldi, Manuel Alceu Affonso Ferreira.
Sobre as dezenas de processos que Fittipaldi enfrenta na Justiça, a defesa do ex-piloto comunica que o aperto financeiro se deveu a investimentos equivocados e à crise econômica no país. A maioria dos processos envolve bancos, que ofereceram empréstimos para Fittipaldi desenvolver projetos. As instituições cobram na Justiça o ressarcimento, com correções.
O processo contra a emissora também envolve o Banco ABC Brasil, pois, segundo a defesa do ex-piloto, colaborou com a TV Record no fornecimento de documentos e imagens confidenciais.
Na matéria da emissora, foi exibida a retirada de carros históricos do museu Fittipaldi, em São Paulo. Na ação, os advogados de Fittipaldi alegam que a gravação das imagens deveria ser feita pelo Banco ABC com única finalidade para caráter judicial, e não para o repasse a terceiros para fins comerciais. A instituição bancária processa o bicampeão da Fórmula 1.
O UOL Esporte entrou em contato na terça-feira com o escritório de advocacia que presta serviço ao Banco ABC. A reportagem aguarda retorno.
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