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Red Bull deixou a Stock Car. Mas na F-1 rumo é outro

Brasileiro Sérgio Sette Câmara faz parte de projeto de formação de pilotos da empresa - Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool
Brasileiro Sérgio Sette Câmara faz parte de projeto de formação de pilotos da empresa Imagem: Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool

Do UOL, em São Paulo

19/05/2017 06h00

A Stock Car não contará mais com a participação da Red Bull Racing, que anunciou na segunda-feira (5) sua saída da maior categoria do automobilismo brasileiro no final dessa temporada. Mas isso poderia ser um sinal de alerta da equipe/empresa austríaca especializada em bebidas energéticas para a F-1?

Escuderia mais vencedora da Fórmula 1 nos últimos 10 anos, com os quatro títulos consecutivos do alemão Sebastian Vettel, ela tem mantido o nível de investimento em sua equipe principal, que é a dona do maior orçamento da categoria: cerca de 468 milhões de euros anuais.

Como a Red Bull tem poucos patrocinadores, a própria empresa de energéticos é quem mais gasta em publicidade com o time: por volta de 266 milhões de euros. Isso mesmo com a queda nos resultados nos últimos anos, quando a Mercedes cresceu como a principal equipe da categoria.

A Toro Rosso, escuderia de segundo escalão bancada pela empresa, também trabalha com grande volume de dinheiro: 138 milhões de euros, dos quais 78 milhões são oriundos de patrocínio (leia-se praticamente da Red Bull). E não há perspectiva para essas cifras diminuírem, já que foram mantidas nas duas últimas temporadas e a escuderia tem apresentado regularidade em seu desempenho – foi a sétima entre os construtores em 2014 e 2015, é a sétima em 2016.

A decisão de deixar a Stock Car é um caso isolado da Red Bull, que teve sucesso com sua equipe no Brasil. Foram dez anos de investimento no automobilismo local, com três títulos conquistados por Cacá Bueno, além de 27 vitórias e o mesmo número de pole positions.

A saída do país também não quer dizer que a empresa está sem vínculos com o automobilismo brasileiro, pois ela mantém seu time júnior, que tem como finalidade revelar pilotos. Atualmente, o mineiro Sérgio Sette Câmara, 18 anos, é um dos cinco membros da equipe – ele disputa a Fórmula 3 Europeia.

O projeto da marca austríaca pode ser considerado um sucesso desde que Vettel despontou na F-1, pois depois dele outros três pilotos saltaram para a principal categoria do automobilismo: Daniel Ricciardo, atual terceiro colocado na temporada, Daniil Kvyat, 14º, e Max Verstappen, 6º.

Dado o comprometimento da empresa com o esporte, é de se esperar que ela cumpra com o “até breve” escrito no anúncio de sua saída da Stock Car.