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Honda e Yamaha pedem mais segurança e deixam SuperBike após morte de piloto

Danilo Berto, 35 anos, morreu em um acidente no circuito de Interlagos, no aquecimento de uma prova do SuperBike - Acervo pessoal
Danilo Berto, 35 anos, morreu em um acidente no circuito de Interlagos, no aquecimento de uma prova do SuperBike Imagem: Acervo pessoal

Felipe Pereira e Patrick Mesquita

Do UOL, em São Paulo

27/05/2019 16h04

O mundo da motovelocidade brasileiro passa por questionamentos sobre seu futuro nesta segunda-feira com a saídas das principais fábricas que competiam na SuperBike, categoria que assistiu a segunda morte em três etapas ontem (26/05). Primeiro, foi a Honda e depois, a Yamaha anunciou o abandono da categoria.

A Honda era uma das principais patrocinadoras do evento e tomou a decisão depois da morte do piloto Danilo Berto, da Pitico Race Team no domingo em Interlagos. Pedro Sampaio é piloto da equipe que está deixando a SuperBike e comentou o nível de segurança do circuito localizado em São Paulo, que é o principal palco da motovelocidade no país.

"Interlagos é hoje um dos lugares do país que temos para praticar o esporte. É claro que tem alguns pontos para melhorar e isso cabe aos organizadores do evento e responsáveis pelo autódromo".

Atual campeão da SuperBike e dono dos melhores resultados entre os brasileiros, Eric Granado corre em Interlagos desde o começo da Carreira. O piloto de 22 anos entende que há espaço para melhoras na segurança.

"Sei que é possível minimizar os riscos de acidentes com motocicletas em Interlagos".

Além de Interlagos, o Brasil pode receber corridas de motos em Santa Cruz do Sul (RS), Curvelo (MG) e Goiânia (GO), mas este último tem problemas no asfalto porque recebe muitas provas de caminhões. A decisão da Honda, equipe que conta com o atual campeão da SuperBike, Eric Granado, é temporária.

A Yamaha seguiu a decisão da Honda. A suspensão do patrocínio da categoria RD3 também foi informada e ambas as medidas são temporárias. A fábrica ressaltou que manterá esta posição até a organização da competição apresentar um plano com providências que aumente os níveis de segurança das corridas.

Danilo Berto morreu após sofrer um grave acidente no SuperBike. Durante o aquecimento para a prova, o piloto perdeu o controle da moto, bateu gravemente e precisou ser transportado de helicóptero ao Hospital das Clínicas, com fraturas e hemorragia interna.

Ele foi operado, mas não resistiu. Sua morte foi confirmada no final da tarde por José Carlos de Moraes, o "Pitico", dono da Pitico Race Team (PRT), equipe pela qual Berto corria. Em nota, a equipe disse estar sofrendo uma "dor dilacerante".

Cabe ressaltar que a Pitico é uma equipe de ponta da SuperBike. O time entrega equipamentos de primeira qualidade aos pilotos que estão entre os melhores da categoria.

Confira o comunicado da Honda:

"A Honda recebeu com profundo pesar a notícia da morte do piloto Danilo Berto da equipe PRT (Pitico Racing Team), confirmada neste domingo (26), em decorrência do acidente sofrido durante a terceira etapa do SuperBike e presta solidariedade aos familiares, amigos e a toda a comunidade da motovelocidade no Brasil.

A Honda decidiu suspender temporariamente sua participação em todas as categorias e o patrocínio ao SuperBike Brasil, até que as causas sejam esclarecidas e medidas efetivas sejam tomadas pela organização para atestar as condições de segurança aos participantes".

Confira a nota da Yamaha na íntegra:
"A Yamaha Motor do Brasil lamenta o acidente que vitimou o piloto Danilo Berto, da Equipe PRT Racing, ocorrido no domingo 26/05, no Circuito de Interlagos, durante o aquecimento da categoria Extreme do SuperBike Brasil, e presta condolências aos familiares e amigos.

A Yamaha informa que irá suspender temporariamente o patrocínio ao SuperBike Brasil e sua participação com a categoria R3 Cup. A suspensão seguirá até que a organização do SuperBike Brasil apresente medidas adicionais que efetivamente comprovem a segurança dos participantes".