Brasileiros perdem volante em Dakar e improvisam com chave de boca
A dupla brasileira Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin passou por um perrengue durante o primeiro dia do Rali Dakar, neste domingo (5), na Arábia Saudita. Os competidores perderam o volante do carro depois de uma quebra no sistema de direção.
Ainda assim, o incidente, que aconteceu a 153 km do fim da prova, não os parou: Varela e Gugelmin decidiram improvisar um volante novo com o que tinham no carro, duas chaves de boca. "O Reinaldo pilotou os 153 km finais da especial em alta velocidade usando uma chave de boca como volante —e isso em pleno Dakar, o mais difícil rali do mundo. Minha admiração por ele só cresceu", diz Gugelmin.
Depois do longo trecho final, os brasileiros dirigiram, ainda, mais 235 km até o ponto de largada do dia seguinte, na cidade de Al Wajh. O fim da prova, encarado pela dupla com o volante improvisado, é cheio de dunas, trechos sinuosos e condições precárias. Ao chegarem ao ponto final, os competidores da equipe Monster Energy/Can-Am foram aplaudidos.
"Talvez uma dupla menos experiente desistisse. Mas nós não pensamos nisso um segundo sequer. Nosso foco, desde o início, foi consertar o problema e ir até o fim", conta Varela. Gugelmin e ele foram tricampeões mundiais de rali no último mês de outubro.
"Nessas situações —e já tivemos várias ao longo da carreira—, fico espantado com a agilidade do Gustavo de propor soluções. Trabalhamos muito bem juntos. Da minha parte, foi bastante incômodo pilotar com uma chave de boca como volante. Causou muita dor nas mãos por causa da tensão, do esforço para segurar o 'volante' e da trepidação. Nas curvas, devo confessar que dava certo medo. Mas a incerteza faz parte dos ralis, é da natureza desse esporte", continua.
Antes do incidente, a dupla disputava igualmente a vitória na especial: já tinha ultrapassado as duplas Francisco "Chaleco" López/Pablo Latrach (Chile) e Gerard Farrés Guell/Armand Monleon (Espanha). Agora, a diferença até os vencedores da primeira especial, a dupla polonesa Aron Domzala/Maciej Marton, é de 2h22min.
"O Dakar já é uma competição naturalmente difícil, pelo trajeto, duração e concorrentes", diz Varela. "Quebras podem acontecer, já sabíamos disso. Mas vamos tentar fazer o melhor em uma corrida de recuperação. Aqui tudo é possível", completou.
Para segunda-feira (6), estão previstos 401 km de percurso —incluindo os trechos de deslocamento. Entre eles, haverá trilhas velozes, muitas que se cruzam. Segundo Gugelmin, a característica do trecho é favorável para a dupla brasileira. "A navegação será difícil justamente por haver locais com muitas trilhas se cruzando, que nem sempre poderão ser a referência correta. Isso pode jogar a nosso favor nessa corrida de recuperação. Vamos para cima".
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