Nascar bane bandeiras confederadas de seus eventos após pedido de piloto
A Nascar anunciou o banimento da bandeira confederada dos Estados Unidos após pedido de Bubba Wallace, primeiro piloto afro-americano em 50 anos a vencer uma corrida em uma das três divisões da modalidade. A decisão foi divulgada em um breve comunicado emitido pela organização hoje (10).
"A presença da bandeira confederada nos eventos da Nascar vai no caminho oposto do nosso comprometimento em fornecer um ambiente acolhedor para todos os fãs e competidores. Trazer pessoas em volta do amor pelas corridas e a comunidade que faz isso é o que torna nossos fãs e nosso esporte especial. A exibição da bandeira confederada será proibida em todos os eventos da Nascar e de suas propriedades", escreveu a organização.
A bandeira confederada foi criada no início da década de 1860 em oposição à eleição presidencial Abraham Lincoln, abertamente abolicionista. O movimento era liderado por escravagistas de seis estados do sul do país: Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississipi. Eles contaram com apoio do Texas, da Carolina do Norte, do Tennessee, entre outros, na declaração de independência aos Estados Unidos.
A guerra durou até abril de 1865. Foi nesse período que o general Robert Edward Lee se rendeu ao general Ulysses S. Grant. Desde sua posse, o presidente Abraham Lincoln declarou como ilegal a união dos Estados confederados.
Apesar da derrota, a bandeira confederada seguiu como um símbolo presente no Sul dos Estados Unidos. A base de fãs da Nascar é majoritariamente dessa região, que costumava levar o artefato aos eventos da modalidade.
O pedido de Bubba Wallace aconteceu depois das manifestações contra a morte de George Floyd, um cidadão afro-americano que foi asfixiado até a morte em 25 de maio por um policial branco na cidade de Minneapolis.
Wallace pediu que as atitudes fossem além das homenagens a Floyd. "Estamos pensando nos próximos passos, e meu próximo passo seria nos livrarmos das bandeiras confederadas. Ninguém deveria se sentir desconfortável quando vai para uma corrida da Nascar. Então, começa com as bandeiras confederadas. Livrem-se delas. Não há espaço para elas", disse à CNN.
A batalha da Nascar contra a bandeira confederada vem desde 2015, quando nove pessoas morreram após um ataque a igreja de Charleston, na Carolina do Sul, o mais antigo templo afro-americano no país. O presidente do autódromo de Daytona, palco de uma das mais tradicionais etapas da modalidade, chegou a oferecer na ocasião trocar qualquer bandeira confederada por uma bandeira americana.
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