Como Pelé se tornou mais conhecido que qualquer outro brasileiro no mundo
Pelé conquistou o Brasil e o mundo com a bola nos pés, mas se tornou uma figura além do esporte, virando ator de cinema, gravando com músicos consagrados e viajando o mundo sempre sendo recebido como um pop star por personalidades de diversos segmentos e chefes de estado, além de ter parado uma guerra. O Rei do Futebol, que completa 80 anos amanhã, se tornou o brasileiro mais conhecido no mundo.
Na live Pelé, 80 anos, apresentada na última terça-feira pelo UOL Esporte em homenagem ao aniversário do tricampeão mundial, com relatos de histórias do Rei do Futebol pelos jornalistas Claudio Arreguy, Helvidio Mattos e José Trajano, com Pedro Ivo Almeida, Arreguy e Trajano contam episódios que simbolizaram a fama mundial de Pelé.
"Nenhum brasileiro foi tão famoso como o Pelé, eu acho que até hoje, mesmo o Pelé tendo encerrado a carreira há tantos e tantos anos, está fazendo 80 anos, não há brasileiro mais conhecido no mundo do que Pelé. Alguns brasileiros são lembrados em algumas áreas, por exemplo, Tom Jobim, João Gilberto, mas na área musical, Niemeyer em uma área mais intelectual, arquitetura, Paulo Freire na área também de educação, mas em áreas específicas", diz Trajano.
"O Pelé não, o Pelé é a coisa da massa, o Pelé é do futebol, então é o Atleta do Século. Todo mundo que joga futebol de certa forma, mesmo os jovenzinhos, já ouviram falar do Pelé. Cada vez menos porque a distância vai aumentando, o tempo vai passando", completa.
Trajano também conta uma curiosidade durante o período em que Pelé viveu nos Estados Unidos e teve um companheiro ilustre também estudando idiomas quando foi aprender inglês, o beatle John Lennon.
"Só queria dar uma curiosidade aqui, que eu soube outro dia. Quando o Pelé foi morar em Nova York, ali inclusive, ele alavancou a carreira dele publicitária, ele começou a ganhar dinheiro indo para Nova York, até então ganhava muito bem, mas ali que ele começou a fazer fortuna, a fazer grandes contratos, era contratado da Warner. Ele entrou em um curso para aprender inglês e quem foi contemporâneo dele, se cruzaram, tiraram foto e se abraçaram no mesmo curso? John Lennon. O Lennon estava no curso, mas aprendendo japonês, porque já estava com a Yoko".
Arreguy conta que foi ainda na época de jogador que Pelé conseguiu construir sua personalidade mundial e se tornar um mito que transcende o esporte.
"Isso já começou simultaneamente à fase dele de jogador, a gente não lembrou aqui, mas todo mundo sabe desse episódio, ele interrompeu uma guerra, naquelas excursões do Santos havia uma guerra, dois países na África, coisa assim, fizeram um cessar-fogo por 24 horas para que ele pudesse jogar esse amistoso, depois a guerra voltou. Ele conseguiu isso, essa façanha na vida. Ao longo da carreira dele nas excursões, ele fazia essas coisas", conta Arreguy.
O jornalista cita os encontros com Pelé pelo mundo e como as pessoas sempre pararam em volta dele mesmo em países nos quais o futebol não era um esporte popular, além de o Rei do Futebol ter sido recebido por presidentes dos Estados Unidos, além de ter se tornado próximo de figuras mundiais quando viveu em Nova York.
"Foi recebido por quantos presidentes? Pelo [Jimmy] Carter, pelo [Ronald] Reagan, pelo [Gerald] Ford. Só na Casa Branca ele foi umas três ou quatro vezes, começou a conviver com artistas de Hollywood, o Robert Redford chegou para ele 'você é famoso, cara, não imaginava que você fosse tão famoso', então ele tinha esse lado assim, a convivência dele. Eu vi o Pelé em Madri, eu vi o Pelé em Guayaquil, eu vi o Pelé em Melbourne, na Austrália, e havia multidões cercando. Austrália não sabe nem o que é futebol e o Pelé era cercado", conta Arreguy.
"Isso vem ao longo da carreira e foi consolidado na fase dele americana, ele frequentou muita gente conhecida, muita personalidade, o Mohammad Ali, se tornou amigo de muitos personagens de outras áreas e muitos quando vinham ao Brasil queriam fotografar com o Pelé, a rainha Elizabeth, que foi assistir um jogo no Maracanã, fizeram em homenagem a ela e ele foi o capitão da seleção paulista e o Gerson da seleção carioca, foi recebido na tribuna", conclui.
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