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Dividida

Mauro Cezar Pereira entrevista personagens de destaque do universo esportivo


Willian: Luta contra o racismo é a dividida que eu jamais poderia perder

Do UOL, em São Paulo

25/02/2021 14h38

"A dividida que eu jamais poderia perder é a luta contra o racismo, acho que não podemos perder essa dividida, não podemos nos calar, temos que continuar lutando pela igualdade de todos".

A frase acima é do atacante Willian, brasileiro que atua pelo Arsenal, da Inglaterra, e que foi alvo de racismo na última semana. O jogador é o entrevistado do programa Dividida, com Mauro Cezar Pereira, no UOL Esporte, e também fala sobre sua trajetória na Premier League, a troca de clube com a saída do Chelsea para jogar por um rival em Londres, seleção brasileira, os técnicos com quem trabalho e a possibilidade ou não de voltar a jogar por algum clube no Brasil.

Jogador brasileiro com mais jogos no Campeonato Inglês, Willian afirma que liga é a maior do mundo e tem como diferencial a necessidade de atenção a cada momento, a intensidade e fatores que não são encontrados em outras competições.

"Realmente a Premier League é um campeonato diferente, na minha opinião o melhor campeonato do mundo, o campeonato mais disputado, sem dúvida que você aprende acho que a ser aguerrido, a não achar que o jogo está ganho", explica Willian.

"Aqui na Premier League, um time está ganhando de 3 a 0 até os 80, de repente o outro time adversário já faz um gol, já começa a pressão e, de repente, já acaba achando mais um gol, então o jogo pode acabar 3 a 3, diferente dos outros campeonatos, que às vezes 3 a 0 você já liquidou o jogo, pode depois o time ter mais tranquilidade e aqui na Premier League eu acho que é aquela história que realmente o jogo só termina quando o juiz acaba", completa.

Ele também conta que a troca de clubes, com a saída do Chelsea para o rival Arsenal foi uma decisão complicada e que teve muita influência de Edu Gaspar, dirigente e ex-jogador dos Gunners', que foi coordenador técnico da seleção brasileira e esteve na Copa do Mundo de 2018, quando Willian foi um dos jogadores comandados por Tite.

"Uma das coisas que eu decidi ir para o Arsenal foi realmente pelas várias conversas que eu tive com o Mikel Arteta, com o Edu também, eles me convenceram de ir para lá, que seria um projeto bem legal, que seria muito bom para mim poder ir para lá, que eu iria ser um jogador muito importante no grupo, no elenco, que eles queriam mudar a filosofia do clube", conta o jogador.

Objetivo de disputar a terceira Copa do Mundo com a seleção

Presente na seleção brasileira nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, Willian considera que tem uma boa história com a camisa amarela e tem como objetivo estar novamente entre os convocados no Qatar, em 2022, quando terá 34 anos, e acredita que ainda pode ajudar o time comandado por Tite.

"Fiz grandes jogos com a camisa da seleção brasileira, é claro que quando você pensa em seleção brasileira, você pensa em Copa do Mundo, consequentemente levantando o troféu de campeão do mundo com a camisa da seleção brasileira, infelizmente isso não foi possível até hoje, mas não descarto também de estar numa próxima Copa do Mundo, esse é um objetivo também, pretendo trabalhar forte para isso", diz o jogador.

"Já disputei duas Copas do Mundo, me sinto honrado por isso, de poder durante todo esse tempo ter vestido a camisa da seleção brasileira, e creio que, ao mesmo tempo em que teve alguns momentos difíceis, mas tive momentos muito bons com a camisa da seleção brasileira também", completa.

Atacante sai em defesa do companheiro David Luiz

Assim como no Chelsea, Willian tem como companheiro de time no Arsenal o zagueiro David Luiz e chama a atenção para a forma como a repercussão nas falhas cometidas pelo defensor é muito maior que nas boas partidas que ele disputa, e que isso ocorre não apenas no Brasil mas até mesmo na Inglaterra.

"Acho ele realmente um grande zagueiro, além de ser meu amigo, acho que ele tem muita qualidade, é um grande zagueiro, e realmente, quando as coisas não acontecem, ou quando acaba acontecendo alguma falha, algum erro dele, as pessoas caem matando, a imprensa, enfim, e quando ele joga bem a repercussão não é do mesmo tamanho de quando ele acaba falhando. E até mesmo aqui na Inglaterra, às vezes acontece isso", diz Willian.

"Às vezes as pessoas acabam pegando no pé dele, do David, e às vezes acaba ficando marcado, não sei por que as pessoas pegam tanto no pé dele assim, mas com certeza é um grande zagueiro e estou muito feliz de estar jogando do lado dele mais uma vez", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.