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Dividida

Mauro Cezar Pereira entrevista personagens de destaque do universo esportivo


Marcos Braz: Tenho contato com o Jesus, mas hoje o técnico é o Rogério Ceni

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 15h12

O Flamengo foi campeão brasileiro na temporada 2020 sob o comando de Rogério Ceni, mas parte da torcida, encantada com o time dirigido pelo português Jorge Jesus em 2019, ainda espera pelo retorno do técnico português. Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, no UOL Esporte, o vice de futebol Marcos Braz vê a possibilidade, mas não agora, ressaltando a confiança no trabalho realizado pelo atual treinador do clube rubro-negro.

Braz considera que a sombra do trabalho de Jesus seguirá devido à excelência do período em que o treinador esteve no Flamengo, mas lembra que foi o próprio português que optou por voltar ao Benfica poucos dias depois de renovar o contrato na Gávea e que a conquista de Ceni deve ser valorizada, levando em consideração que não é rotina vencer o Campeonato Brasileiro, mesmo para um clube com oito conquistas.

"Eu sempre vejo uma possibilidade de um dia o Jorge voltar, isso não quer dizer que essa possibilidade seja agora. A gente tem um técnico, a gente tem um bom técnico, eu acompanho metodologia de trabalho dele aqui, eu acompanho os treinamentos dele aqui, são bons treinamentos, e o resultado veio", afirma Braz.

"Às vezes existe também muito questionamento em relação ao resultado também independente do trabalho do Rogério Ceni e o resultado veio. Parece até que o que se foi ganho é um negócio que é rotineiro, que a gente ganha sempre. Nada, o Flamengo foi campeão brasileiro, foi oito vezes campeão brasileiro, mas se você botar aí ao longo do ano, o Flamengo de 1992 até 2009, ficaram 17 anos sem ganhar esse título. Não é rotineiro, foi importante, é um título importante", completa.

O dirigente afirma que mantém uma boa relação com Jorge Jesus, que não ficou nenhum problema devido à saída do treinador, mas que no momento o Flamengo valoriza o trabalho de Rogério Ceni no comando de seu time.

"Hoje nós temos um técnico campeão do Brasil e que tem um contrato em vigência. E o técnico que você está falando, que é um cara que eu tenho uma relação pessoal maravilhosa, mas ele fez uma opção de ir para outro clube, um clube que faz parte da vida dele, não tem ressentimento nenhum, a gente adora o Jorge aqui, eu falo com ele toda hora, Mauro, falo no Natal, falo no Réveillon, aniversário, a gente fala toda hora, só que hoje o técnico é o Rogério Ceni", completa.

"Acho as críticas ao Rogério Ceni acima do tom"

O título brasileiro do Flamengo não foi o suficiente para que parte de seus torcedores diminuírem as críticas feitas ao trabalho de Rogério Ceni, que pegou o time com a temporada em andamento e liderou apenas duas rodadas do Brasileirão, justamente no momento mais importante, para se sagrar campeão. Marcos Braz considera que há um exagero no tratamento ao treinador.

"Eu respeito muito a opinião dos torcedores do Flamengo e de muitos da imprensa que eu sei que são opiniões pessoais, são análises pessoais, são conceitos que a gente tem que sempre respeitar. Agora, eu acho que está um pouquinho acima do tom, eu acho que parece até que se o Rogério sair hoje a gente tem uma série de nomes que poderiam estar aqui com a maior certeza do mundo que daria certo", afirma o dirigente.

"Desculpa, quando você está em um cargo de técnico aqui do Flamengo, pode ser quem for, não é certo de dar certo e nem quem deu certo, nem quem deu certo, isso aqui tem ângulos que têm que ser analisados de maneira ampla", completa.

"É injusto falar que essa diretoria só ganhou por causa do dinheiro"

Com uma situação financeira favorável em relação aos demais clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, o Flamengo muitas vezes tem nas análises o seu sucesso nas últimas duas temporadas atrelado ao dinheiro, o que Braz considera injusto e lembra que o clube também tinha boas condições econômicas em outros momentos nos quais não foi vencedor.

"O Flamengo precisa de alguns ajustes, isso é normal, a gente também erra, eu também erro, o Bruno erra, todo mundo erra, e a gente vai procurar aí errar o menos possível, aprender com os erros, aprender o que foi com essa temporada e na outra temporada para trás aí para que a gente possa ter um 2021 melhor ainda, um 2021 tão grandioso como foram esses dois últimos anos aqui. Agora, a gente não pode fugir de uma verdade, ninguém sabe quando é que vai ter público de novo no futebol brasileiro, ninguém sabe quando é que o Flamengo vai ter 70 mil pessoas empurrando o time e contribuindo também financeiramente com o clube", afirma o dirigente.

"A gente vai tentar fazer aqui o melhor possível para que o Flamengo continue nesse caminhar aí que eu acho que foi bem acima da média dos outros anos do Flamengo. Em 2017, Mauro, também teve dinheiro aqui no Flamengo, é só ir buscar lá. Em 2018, também teve dinheiro aqui no Flamengo, e muito injusto falar que o Flamengo ganha só, que essa diretoria ganhou só por causa de dinheiro. Tem dinheiro também, mas tem muito trabalho, pode ter certeza disso aqui", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.

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