As mudanças constantes no rumo do Campeonato Paulista agitaram o noticiário no início da semana. Depois de emitir uma nota oficial afirmando que o torneio voltaria apenas no dia 31 de março, a Federação Paulista de Futebol confirmou a realização do jogo entre Corinthians e Mirassol em Volta Redonda, no interior do Rio de Janeiro. A questão foi assunto no quadro "Fala, Maurão", do colunista do UOL Mauro Cezar Pereira.
Além da questão sanitária em um momento em que o país se aproxima das 300 mil mortes pela covid-19, Mauro Cezar analisa a razão que leva os clubes a forçarem a realização das partidas. "Os clubes tentam sobreviver financeiramente. Eles estão com a corda no pescoço. Os clubes ficaram parados ano passado por cerca de 100 dias. Eles não têm há um ano receita de bilheteria, tiveram uma queda drástica no faturamento de sócio-torcedor, tiveram queda de receita com publicidade nas camisas. Tudo mudou".
O futebol brasileiro ficou paralisado de meados de março do ano passado até o fim do julho - o Campeonato Carioca chegou a voltar antes. Com o retorno das partidas, o calendário ficou ainda mais conturbado. "A única maneira de manter a roda girando é jogando, ganhando o dinheiro da televisão e, automaticamente, dos seus patrocinadores. Por isso a insistência", prossegue Mauro.
Para o colunista, é o momento de um debate sério sobre uma maneira de fazer com que os clubes sobrevivam à pandemia. "Eu acho que além de parar o futebol, de defender a paralisação do futebol, deveríamos discutir uma outra questão: o socorro da CBF e das Federações aos clubes menores. Um grande acordo entre clube, jogadores, federações, sindicato, para compor uma situação que permita a sobrevivência do futebol. Porque vai ter clube quebrando. Essa é a questão".
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