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ANÁLISE

UOL Flamengo #20: Saída de Rogério Ceni foi caso feio para o Fla

Do UOL, em São Paulo

13/07/2021 16h00

A demissão de Rogério Ceni pelo Flamengo foi repleta de episódios polêmicos. A diretoria agiu de forma rápida para acertar com Renato Gaúcho, mas conduziu de forma questionável o fim da passagem do ex-goleiro pelo clube.

No podcast UOL Flamengo #20 (ouça na íntegra no episódio acima), o apresentador Pedro Lopes, o colunista Rodrigo Mattos e o setorista Leo Burlá analisam o processo que culminou com a demissão do treinador, com vazamento de áudios com críticas a Rogério Ceni e o anúncio da saída de madrugada.

"O Flamengo precisa estruturar coisas dentro do seu departamento de futebol para evitar que isso aconteça dessa forma. Fica um processo muito estranho quando começa a vazar um monte de informação negativa de um lado e de outro publicamente. Vazar é algo normal, mas com objetivo de atingir o outro vira uma guerra ali dentro. Óbvio que esse clima se torna insustentável", analisou Mattos.

Burlá chamou a atenção para o momento em que os áudios foram vazados. "Pegou super mal essa história porque você fica tachado de incompetente. Mas o processo de fritura do Rogério já vinha. Esses episódios só serviram para ir minando um pouco mais o ambiente e culminou com o áudio das críticas do analista de desempenho. A gente fica pensando as razões do vazamento, o timing da coisa. Fica em dúvida sobre as motivações, quem vaza. Na sexta, o destino do Rogério estava meio selado", comentou.

Mattos explicou a razão para o horário de divulgação da saída de Rogério ter sido tão fora do comum. "A explicação que eu recebi para esse horário da madrugada é que era costume ter conversas com o Rogério altas horas da noite, mesmo quando não se discutia se ele ia sair. Quando decidiram pela demissão, isso foi conversado de madrugada em uma ida à casa dele. Entenderam que acabaria vazando se deixassem para o dia seguinte", disse o colunista.

Burlá ressaltou a dificuldade de Ceni criar uma identificação com o clube, o que teve efeito imediato na torcida. "O Rogério tinha uma dificuldade incrível de entender onde estava pisando. Nunca conseguiu chegar a um tom rubro-negro. Soma-se a isso uma antipatia que vem quase desde o primeiro dia em que ele foi anunciado e a situação foi se avolumando. No Flamengo, todo mundo sabia que esse período de Copa América e de eliminatórias era sensível, a travessia mais complicada do ano. Não deu outra", apontou.

Para Mattos, o péssimo clima interno teve contribuição decisiva para a demissão de Ceni. "O desgaste vem de muito tempo. Você tem um primeiro vazamento, do relatório do pessoal de desempenho. Me parece meio óbvio que foi gente do Rogério que vazou essa primeira informação, prejudicial para quem estava com ele na briga. O segundo caso não ficou claro, mas foi uma forma de resposta para atingir o Rogério. A análise de todo esse processo mostra que o clima dele com os funcionários do clube estava muito ruim. Você tem um técnico com problema com a torcida e passa a ter um problema interno. Isso tudo soma para tomar uma decisão pela saída", completou.

Ouça o podcast UOL Flamengo e confira também o balanço da passagem de Ceni pela Gávea e o legado que ele deixa para Renato Gaúcho.

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