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Pelaipe: Presidente do Grêmio teve que ser convencido a contratar Felipão

Do UOL, em São Paulo

16/07/2021 04h00

O Grêmio se acostumou nos últimos anos a jogar um futebol de posse de bola e mais ofensivo do que o torcedor estava habituado, com uma mudança promovida por Roger Machado e aprimorada por Renato Portaluppi, mas a aposta para manter a forma de jogar não deu certo com Tiago Nunes. O clube então optou por uma mudança significativa de perfil, contratando Luiz Felipe Scolari, que tem histórico de conquistas, mas conceitos de futebol diferentes do que o tricolor gaúcho vinha praticando.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Paulo Pelaipe, que foi diretor do Grêmio em vários departamentos, cita a saída pouco amistosa de Felipão do clube na última passagem, em 2015, e afirma que o presidente Romildo Bolzan teve de ser convencido a contratar o experiente treinador.

"Eu acredito que o Grêmio contratou o Felipão, na minha opinião, pelo passado que ele tem no clube. O Grêmio não contratou o Felipão com a convicção do seu presidente", diz Pelaipe.

O dirigente que atualmente trabalha no Botafogo-SP cita a opção do Grêmio de ir a campo com o interino Thiago Gomes no jogo contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, ao invés de já usar Felipão. Para ele, se houvesse a convicção no nome do treinador de 72 anos, sua chegada teria sido mais imediata.

"O Rogério Ceni saiu na madrugada, foi anunciado lá 2h45, 2h30, na madrugada de sábado, e à tarde o Renato estava sendo anunciado, porque o Flamengo, o Marcos Braz, o presidente Landim tinham convicção de que o Renato neste momento era a melhor alternativa, uma alternativa próxima. O Renato estava no Rio de Janeiro, estava desempregado e foi contratado. O Felipão não, o Grêmio colocou um interino, treinador ainda inexperiente, que não estava preparado, nós vimos lá o que aconteceu", diz Pelaipe, citando a derrota por 2 a 0, em partida válida pelo Brasileirão.

"Se o Grêmio quisesse o Felipão, o Felipão na segunda-feira, antes do jogo contra o Palmeiras, teria assumido e não teria assumido só na sexta, na véspera do Gre-Nal, essa é a minha opinião. Então eu acho que o Grêmio, o presidente do Grêmio foi convencido pelos seus pares para aceitar a volta do Felipão", conclui.

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