O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou ontem a Fórmula 1 com capacidade máxima de público no autódromo de Interlagos e a volta de torcedores aos estádios de futebol a partir do dia 1º de novembro, desde que adotados alguns protocolos, como já vem fazendo o Flamengo com seus jogos na Libertadores e planeja a CBF para a Copa do Brasil.
No UOL News Esporte, Mauro Cezar Pereira analisa a abertura dos estádios ao público e diz que é um tema que necessita de discussão e que não se pode exigir que apenas o futebol não organize a volta do público quando muitos segmentos já estão funcionando em meio à pandemia.
"Essa é a tendência natural, isso vai acabar acontecendo, as pessoas estão sendo vacinadas para retomar dentro do possível algo próximo da vida normal. Com a virada da vacina nesse final de semana, a população adulta de São Paulo já beira os 100% dos vacinados, é um índice muito elevado. A parcela de pessoas que têm a segunda dose ainda é pequena, mas acho que a grande questão aí é fazer o ajuste correto, de maneira que você tenha um público que não seja o público total de uma vez só, acho que uma coisa tem que ser feita aos poucos, com critério, com uma boa formatação de como será a verificação da vacinação, do torcedor que chega ao estádio, ou do teste, para evitar fraudes", afirma o jornalista.
"É interessante observar o seguinte, houve muita gritaria quando o Flamengo quis fazer o jogo com público, que eu acho até que o Flamengo força muito a barra em vários momentos, e eu falava lá atrás e está acontecendo, no momento em que Doria disser que pode, os clubes de São Paulo que estavam reclamando, vão querer também jogar com público, todo mundo quer. Todos querem, eu vou ficar surpreso se aparecer um clube e falar 'não é o momento, não temos ainda condições, então não quero público no meu estádio'. Que nada, todo mundo quer colocar gente no estádio gastando dinheiro, comprando comida, bebida, estacionando automóvel, é isso o que todos querem porque precisam do dinheiro para sobreviver", completa.
O jornalista afirma que o futebol também precisa do público para se manter após o período de queda de receitas dos clubes devido à pandemia e vê o cenário se tornando mais adequado na medida em que a vacinação aumenta, além de chamar a atenção para outros setores com menos exigências em relação ao futebol que já voltaram a ter a presença do público.
"A questão é de que maneira, se vai ser feito com segurança e como, ano que essa é a grande discussão. Passar o tempo falando que o futebol não pode voltar, eu acho que é chover no molhado e é um discurso que é até desconectado do que está acontecendo no entorno, basta ir a um restaurante em São Paulo para você ver que o tal do isolamento, a mesa que ficava a 1 km de distância, não tem nada disso, fica um sentadinho do lado do outro, o pessoal na calçada esperando vez, amontoado", diz Mauro Cezar.
"Chega a ser hipócrita essa coisa de que o futebol não pode, o futebol tem que fazer direito, aliás, o futebol tem feito direito sim, tanto que se você quiser ir ao cinema, você vai ao cinema e não tem que mostrar PCR, antígeno, teste nenhum, você compra o ingresso e entra, e é um ambiente fechado. Agora, o futebol não, está sendo assim nos jogos do Flamengo e acredito que em São Paulo vai ser igual", conclui.
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