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Mais do que rivalidade, queremos a perpetuidade do clube, diz CEO do Inter

Do UOL, em São Paulo

04/09/2021 04h00

O Internacional tem com o Grêmio uma das maiores, se não a maior rivalidade do futebol brasileiro, com o clássico Gre-Nal sempre causando grande repercussão para o bem e para o mal. Nos últimos anos o clube colorado passou por períodos sem vencer o rival, o que costuma causar certa turbulência, mas a gestão atual não pretende colocar a rivalidade e as comparações com o Grêmio acima do projeto de recuperação financeira.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o CEO do Inter, Giovane Zanardo, afirma que na gestão do presidente Alessandro Barcellos o clube valoriza a rivalidade desde que ela tenha efeitos positivos e não será irresponsável olhando apenas para o resultado esportivo e a situação do maior rival, buscando um olhar mais para dentro.

"A rivalidade sempre puxa para cima, quando ela não é negativa, quando ela não compromete as tuas ações de gestão, quando ela não é irresponsável. No sentido de você querer ser melhor, isso é sempre positivo. Obviamente que desta forma, também para nós isso é válido. Acho que quando a gente busca ser melhor, busca atingir um outro patamar, esse é o lado positivo da história. O lado, vamos dizer assim, de buscar título de forma responsável, é que não precisa e não deve ser esquecido. Eu não posso querer chegar no padrão A, B ou C a qualquer custo, eu acho que este é o ponto", afirma Zanardo.

"A gente querer ser melhor, a gente buscar resultados maiores, é uma coisa. Agora, você fazer isso de forma irresponsável é que pode comprometer. Este ponto é que a gente não pode deixar de lado. Esse lado de olhar para o futebol como um negócio que deve ser perpetuado, é que precisa estar na essência de cada um do segmento do futebol, cada um que participa desse segmento. A rivalidade tem que estar dentro deste processo, ela não pode ser a qualquer preço", completa.

O gestor afirma que a rivalidade ajuda desde que o clube saiba trabalhar pensando também no futuro, em não comprometer as finanças apenas para se colocar em superioridade ao rival de forma momentânea.

"Mais do que rivalidade, nós temos que ter um propósito de perpetuidade do clube e de perpetuidade de um clube grande, de um clube competitivo, não é aquela perpetuidade, em que eu passo a viver, mas aí eu vou perdendo valor, eu vou me tornando menor, eu vou agonizando, se é uma palavra um pouco mais forte aqui que eu vou usar. Na verdade, é uma busca de uma perpetuidade competitiva, este é o grande desafio", diz Zanardo.

"Eu não vou ganhar sempre, eu não vou ganhar todos os títulos. Agora, como é que eu faço para ser competitivo sempre? Como é que eu vou estar sempre brigando por títulos? Temos a convicção de que se só será possível com uma gestão responsável e isto não é olhando para fora, e aí é por isso que eu digo que se tem uma importância da rivalidade? Tem uma importância. Não é olhando para fora que eu vou buscar isso, é olhando para dentro, é olhando como é que eu vou estar no dia de amanhã, depois de amanhã. Eu continuarei competitivo? Ou os recursos que eu tenho e estou investindo hoje são recursos limitados, escassos, que me permitirão uma competitividade até o final do ano que vem? Porque aí eu preciso rever meu projeto", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.