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Clubes deram passo atrás, hoje têm poder de investimento, diz CEO do Inter

Do UOL, em Snao Paulo

05/09/2021 04h00

Com a implementação de um modelo de gestão em curso visando ajustar as finanças e reduzir o seu endividamento, a diretoria do Internacional acompanha os exemplos negativos e positivos para levar o clube ao patamar desejado, buscando evitar problemas como os de Cruzeiro e Vasco, enquanto mira o sucesso de clubes como Flamengo e Palmeiras.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Giovane Zanardo, CEO do Inter, fala sobre a necessidade de uma gestão responsável no futebol e do entendimento do torcedor e de todos os envolvidos no meio do esporte que clubes que hoje são protagonistas nas principais competições tiveram que fazer sacrifícios no meio do caminho.

"Quando você se depara com uma situação como essa, de alguns clubes que a gente tem presenciado no futebol brasileiro, com desempenho esportivo maravilhoso em um ano e um, dois ou três anos depois numa situação absolutamente complicada em todos os sentidos, não só do esportivo, eu acho que isso reforça para todos os torcedores e para todo o segmento do futebol a necessidade de uma gestão responsável. E quando eu digo responsável aqui, eu me refiro a justamente você ter noção do tamanho que se tem e não buscar o título a qualquer preço", diz Zanardo.

"Se de um lado nós temos alguns exemplos negativos, em que eventualmente uma atitude menos responsável de gestão comprometeu o futuro do clube, de outro nós temos clubes que deram um passo atrás ao longo da sua história, fizeram um sacrifício, fizeram o que chamamos de dever de casa, e a partir desse sacrifício, desse dever de casa, criaram uma capacidade de investimento que lhes permite hoje, por exemplo, serem extremamente competitivos", completa.

O CEO do Inter diz que muitas vezes s observa apenas o momento dos clubes, sem olhar tudo o que é necessário passar para atingir um patamar no qual se consegue fazer investimentos mais altos no futebol e chegar a conquistas como as recentes de Flamengo e Palmeiras, embora prefira não citar nominalmente os clubes que aponta como exemplos.

"O problema é que nós olhamos só o hoje e aí, quando nós olhamos alguns exemplos, e aqui não quero citar nomes, mas você sabe disso, de clubes brasileiros que têm sido protagonistas nos últimos anos, e com times diferenciados, com capacidade de investimento no campo, nós olhamos o hoje, admiramos e achamos bonito, mas esquecemos três, quatro, cinco, dez anos atrás, que essa capacidade de investimento hoje foi construída a partir de uma gestão anterior, de atitudes, de medidas e de ações que foram implementadas lá atrás, que permitiram e que enxergaram que ali na frente, no caso hoje, essa capacidade de investimento faria diferença", diz Zanardo.

"Eu acho que é mostrar claramente para o nosso torcedor, o nosso associado, os dois lados da moeda. Ou seja, o lado negativo de você ter uma atitude de gestão irresponsável e que comprometa o futuro do clube, e o lado positivo daquele que dá um passo atrás, de que corta na carne, de que faz o dever de casa, vai ter um cenário de futuro melhor e será competitivo ali na frente, e ali na frente fará a diferença", conclui.

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