Botafogo hoje tem uma folha menor e o resultado em campo é maior, diz CEO
Do UOL, em São Paulo
10/09/2021 12h00
Desde sua chegada no Botafogo para o cargo de CEO, Jorge Braga promoveu algumas mudanças na gestão do clube e reduziu algumas despesas como a folha salarial, que foi reduzida em mais de R$ 1 milhão desde março e o ajuste de algumas questões financeiras coincide com um bom momento técnico, com o Alvinegro ocupando o G4 da Série B e na luta para conseguir voltar à primeira divisão em 2022.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Jorge Braga explica os processos de redução de custos no Botafogo e os reflexos que já são percebidos na gestão do clube, que tem o objetivo de fazer mais dentro de campo com menor custo.
"A gente já percebe da mudança da gestão, sem contar com coisas muito técnicas, do ponto de vista de centralizarmos todos os processos de fornecedor, compra, pagamentos, toda a parte de recursos humanos foi ajustada e mesmo o valor de folha hoje, a gente acha a relação folha/performance muito melhor", diz o CEO do Botafogo.
"Para você ter uma ideia, em fevereiro deste ano só a folha do futebol sozinha estava na ordem de R$ 4 milhões. Hoje nós estamos com uma folha em torno de R$ 2,8 milhões, com desempenho esportivo muito melhor, então a gente acredita que com ciência, com gestão e com métricas, com cobrança, até o futebol consegue fazer mais investindo um pouco menos", completa.
Jorge Braga afirma que uma das mudanças necessárias não apenas no Botafogo, mas na cultura do futebol em geral é a mudança de perfil no momento de contratar os jogadores, considerando que se paga muito para fechar com atletas que já atingiram o seu ápice técnico.
"Existe uma cultura, não é só no futebol brasileiro, no mundo inteiro, de comprar atletas na alta e vender atletas na baixa. Ou seja, a expectativa é trazer ídolos prontos. Isso não funciona, a gente vê que a longo prazo isso é uma dificuldade, até um clube memorável, gigante, como é o Barcelona, teve muita dificuldade e por isso não conseguiu, entre outras coisas, renovar com o seu maior atleta de todos os tempos, por uma questão financeira. Que percentual da folha era o total de despesa e receita do clube", explica o gestor.
Ele ressalta a importância do trabalho de scout para um melhor aproveitamento das contratações e reforça como o Botafogo tem se saído melhor mesmo gastando menos do que gastava nos últimos anos.
"Diferente das culturas anteriores do Botafogo, que era traz a qualquer preço, traz a qualquer custo, depois a gente vê como paga, a gente tem feito muita força e é um cenário de forças contrárias, puxa e empurra para a gente conseguir uma utilização, a prova disso é que a gente apesar de toda a dificuldade financeira tem conseguido manter os salários em dia, coisa que o Botafogo não fazia há algum tempo", afirma Braga.
"Hoje a gente tem uma folha menor do que tinha em fevereiro deste ano e o resultado em campo maior, então esses indicadores todos começam a dar certeza para a gente de que a gente está indo no caminho certo. Sem dúvida, não se muda uma história de décadas de repente. Nesses últimos seis meses, sete meses de gestão, no meu caso, cinco meses, muita coisa tem sido feito e mudança de percepção demora mais tempo que os fatos", conclui.
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