Neste sábado (6), o futebol europeu acompanhará um dos duelos mais esperados da temporada. O estádio de Old Trafford será o palco de mais uma edição do dérbi de Manchester, o primeiro desde o retorno de Cristiano Ronaldo ao United. O astro português, como não poderia ser diferente, é o grande nome da partida - e não apenas pela expectativa sobre sua atuação. Após deixar a Juventus, CR7 esteve muito perto de acertar com o City, mas uma reviravolta nas negociações o fez selar sua volta aos Red Devils. O confronto, às 9h30 (horário de Brasília), terá acompanhamento minuto a minuto do Placar UOL.
No podcast Futebol sem Fronteiras #26 (ouça na íntegra no episódio acima), o colunista Julio Gomes conversou com Fred Caldeira, correspondente da TNT Sports em Manchester. Além de Cristiano Ronaldo, eles falaram sobre o atual momento de Ole Gunnar Solskjaer. O técnico dos Red Devils está pressionado e corre risco de demissão em caso de derrota para os rivais.
"A pressão em cima do Solskjaer chegou. Ela é real. Quem olha os jogos do United entende que não é uma pressão sem pé nem cabeça. Se você colocar uma lupa, não vê um mínimo de futebol coletivo ali. É impressionante a pobreza coletiva e tática. Fora do clube, não há quase ninguém que ache o Solskjaer como o cara certo para esse momento do Manchester United. Gary Neville, Paul Scholes e Rio Ferdinand [ex-jogadores do United e atuais comentaristas] não pedem nominalmente a saída dele, mas criticam tudo o que o United tem dentro de campo. Indiretamente, eles também estão sem paciência com o trabalho do Solskjaer. Só que isso não chegou a Old Trafford ainda. A torcida não pede a cabeça dele porque, historicamente, não é assim", explicou Caldeira.
Julio destacou como CR7 tem 'salvado a pele' do treinador com seus gols decisivos. "Quem imaginava que o Cristiano Ronaldo ia desembarcar desse jeito? Quando a gente acha que já viu de tudo, ele sempre nos surpreende. Nesse momento, é o CR7 contra a rapa: contra o time dele e o outro. Parece que os caras combinaram de derrubar o Solskjaer, mas esqueceram de avisar o Cristiano Ronaldo.", brincou o colunista do UOL.
Caldeira também exaltou a importância do astro para o time, que encontra dificuldades para apresentar um bom futebol. "É impressionante o que ele tem feito, especialmente na Liga dos Campeões. São cinco gols em quatro jogos, sendo que não são partidas inteiras porque o Solskjaer o substitui no segundo tempo da estreia contra o Young Boys. Ele aprendeu que não dá para tirá-lo, porque só faz gol em acréscimo. O roteiro do United nesta Champions é divertidíssimo para quem não é torcedor e para o Cristiano Ronaldo. Se não fosse ele, o United era lanterna do grupo", ressaltou o correspondente.
O jornalista abordou os rumores sobre uma possível demissão de Solskjaer. "Tem uma chance sim [de demissão], principalmente porque estamos chegando a uma data-Fifa. O timing está um pouco melhor agora, mas perdeu o Antonio Conte, que era o grande nome e foi para o Tottenham. Então vai demitir o Solskjaer e trazer quem? As notícias que vêm da Espanha são que o Zidane não está muito animado para vir para a Premier League nesse momento da carreira. É difícil a situação, não é tão simples", analisou.
Quem é maior: City ou United?
Em tempos de pesados investimentos vindos dos Emirados Árabes, o Manchester City pode passar a impressão de que sempre foi um clube acostumado a brigar por títulos, seja em nível doméstico ou continental. Julio e Caldeira mostram que a história não é bem assim.
"Há uma questão que dá para se observar de qualquer lugar que é a tradição do Manchester United enquanto clube vencedor e campeão, muito maior do que a do Manchester City. Isso é inegável. O United é um clube muito mais tradicional e o maior campeão inglês. O City ainda tenta chegar próximo e rabiscar esse domínio de Liverpool e United na história dos títulos do Campeonato Inglês", ressaltou Caldeira.
Julio contou um pouco da história do primeiro dérbi, que está prestes a fazer aniversário - e com muitas velinhas no bolo. "O primeiro dérbi entre United e City foi disputado em 12 de novembro de 1881. Ou seja, quase 140 anos, para quem fala que o City é 'time modinha'. O que é novo no City é ter grana e estar competindo em nível europeu. Eles tinham outro nome: a partida foi disputada entre St. Mark's e Newton Heath, que viraram City e United, respectivamente", contou Julio. Na ocasião, o Heath (futuro United) venceu por 3 a 0. No último encontro, em março, o United venceu por 2 a 0 na casa do rival, interrompendo uma série de 21 vitórias do City.
O correspondente da TNT Sports relembrou o período de vacas magras do City. "Em 1999, o City estava saindo da terceira divisão da Inglaterra. Pelo que converso com torcedores daquela época, a graça deles era tentar tirar pontos do United. Era a vitória deles. Quando o Fernandinho [meio-campista brasileiro] chega, em 2013, o City nunca havia passado da fase de grupos da Champions. A história europeia do City começa agora. O time só passa da fase da fase de grupos quando o United já tinha três títulos da Champions. É uma diferença muito grande, mas o City não é tão pequeno quanto pode parecer", completou Caldeira.
Ouça o podcast Futebol sem Fronteiras e confira como o dérbi de Manchester também se faz presente nas bandas de rock locais. Além disso, conheça outros importantes aspectos culturais da cidade, como o maior museu de futebol da Inglaterra e a intensa vida noturna.
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