OPINIÃO
Futebol sem Fronteiras #51: Sávio lembra revolução que mudou Real Madrid
Do UOL, em São Paulo
26/05/2022 17h00
No sábado (28), os olhos do mundo do futebol estarão voltados para o Stade de France, palco da final da Liga dos Campeões entre Liverpool e Real Madrid. O clube espanhol revê o adversário de seu último título no torneio, na temporada 2017/18, e embalado pelas épicas classificações diante de Chelsea (nas quartas de final) e Manchester City (na semifinal). O duelo, com início às 16h (horário de Brasília), terá acompanhamento minuto a minuto do Placar UOL.
No podcast Futebol sem Fronteiras #51 (ouça na íntegra no episódio acima), o colunista Julio Gomes e o correspondente internacional Jamil Chade conversaram com Sávio, ex-jogador do Real Madrid e dono de três títulos da Champions pelo clube espanhol no currículo. Se hoje o clube espanhol tenta erguer o troféu pela 14ª vez, Sávio relembrou o período de vacas magras na época em que foi contratado pelos Merengues.
"É uma loucura. Os torcedores do Real Madrid respiram a Liga dos Campeões todo dia. Foi muito complicado chegar ao clube [na temporada 1997/98] há tanto tempo sem ganhar essa competição [o último título havia sido em 1968]. Imagina hoje o Real Madrid ficar 30 anos sem ganhar a Liga dos Campeões. Foi um processo difícil no começo. Era uma pressão muito grande por parte do clube, da torcida e da imprensa", disse o ex-atacante.
O fim do jejum do Real Madrid veio em 1998, ao derrotar a Juventus por 1 a 0 na Amsterdam Arena. Era a sétima conquista dos Merengues, e Sávio ainda faria parte das campanhas vitoriosas em 2000 (3 a 0 no Valencia, no Stade de France) e 2002 (2 a 1 no Bayer Leverkusen, no Hampden Park, com um gol icônico de Zinedine Zidane).
Apesar de sua força, o Real Madrid não era apontado como um dos principais candidatos a chegar à decisão desta Champions. As heroicas classificações sobre Chelsea e Manchester City acabaram com as desconfianças sobre os Merengues. Para Sávio, o ponto da virada do clube ocorreu em junho de 2021, quando Caro Ancelotti assumiu o comando da equipe após a saída de Zidane.
"O Real Madrid sempre entra para ganhar. É o DNA do clube, com pressão todos os dias nos treinamentos e jogos. Isso faz parte da história do Real Madrid. Depois da temporada passada, criou-se uma incerteza muito grande por parte da imprensa e, principalmente, dos torcedores. A chegada do técnico Carlo Ancelotti trouxe algo diferente. Ele faz um time muito competitivo e unido, dentro e fora de campo, e muito bom, individual e taticamente. O Ancelotti resgatou a essência do Real Madrid e levou isso para os jogadores", opinou.
Jamil destacou ser impossível apontar um favorito ao título, ainda mais após a inacreditável virada do Real Madrid sobre o Manchester City na semifinal. "Depois daquilo, não tem como, muito menos para um torneio decidido em um jogo só. Tenho lido jornais ingleses e espanhóis, mas não há uma declaração de favorito de nenhum lado", disse o correspondente internacional e colunista do UOL.
Em suas lembranças sobre a passagem pelo Real Madrid, Sávio contou como o título da Champions em 98 foi crucial para a história do clube. "Parece que ali, realmente, mudou a chave. O clube voltou ao nível mais alto do futebol europeu. Nunca deixou de ser, mas quando fica um longo tempo sem ganhar essa competição, acaba saindo do cenário dos maiores clubes. Esse título foi um dos mais importantes da história do Real Madrid, porque quebra esse tabu, que já era psicológico", enfatizou o ex-jogador.
Apesar da torcida pelo Real Madrid na decisão de sábado, Sávio reconhece que o equilíbrio marcará a partida. "É um jogo muito igual, equilibrado. Vejo dois times fortes tática e individualmente. Não existe favorito para um jogo desse tamanho. Estamos falando de dois times com camisas muito pesadas e acostumados a jogar finais e competições importantes como essa", finalizou.
Ouça o podcast Futebol sem Fronteiras e confira também como Florentino Pérez, que assumiu a presidência do Real Madrid em 2000, consolidou a revolução no clube no período em que Sávio vestiu a camisa dos Merengues. Jamil e Julio ainda debateram o que está por trás do 'fico' de Kylian Mbappé no Paris Saint-Germain, que venceu a queda de braço com o Real Madrid.
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