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João Paulo, Alan, Bruninho, Lucão, Mário Júnior e Théo: sem passagens pela Itália

25/09/2010 - 07h07

Sem representantes na Itália, Brasil enfraquece centro do vôlei com inversão

Roberta Nomura
Em Verona (Itália)

Os expressivos resultados obtidos pela seleção italiana voltaram todos os holofotes do voleibol mundial ao país. E o campeonato de clubes pegou carona no sucesso da Azzurra e cresceu. A ascensão permaneceu por longo período. Mesmo com a queda da equipe nacional, a Itália manteve status de centro do vôlei. No entanto, nos últimos anos, a competição local viu o crescimento de outras potências e teve sua marca enfraquecida. E o Brasil é um dos grandes responsáveis.

PAÍSES DOS CLUBES DOS JOGADORES BRASILEIROS DO MUNDIAL DE 2006 E 2010

PAÍS ATLETAS DE 2006 ATLETAS DE 2010
Brasil Samuel Bruninho, Sidão, Leandro Vissotto, Giba, Murilo, João Paulo Tavares, Rodrigão, Lucão, Marlon, Mário Júnior
Itália André Heller, Giba, Murilo, André Nascimento, Escadinha, Anderson, Gustavo, Rodrigão, Ricardinho Nenhum
Grécia Marcelinho, Dante Nenhum
Japão Nenhum Théo
Turquia Nenhum João Paulo Bravo
Rússia Nenhum Dante

Atualmente nenhum jogador da seleção brasileira joga na Itália, país-sede do Campeonato Mundial, que começa neste sábado. Seis dos 14 convocados nunca defenderam clubes do país europeu: levantador Bruninho, central Lucão, oposto Théo, os líberos Mário Júnior e Alan e o ponteiro João Paulo Tavares.

“O berço do vôlei é a Itália. E eu já quis mais jogar aqui. Ainda tenho vontade, mas o Brasil evoluiu muito em contratos e com o apoio das empresas. A Itália deu uma caída. São seis times brigando pelo título e o Brasil igualou um pouco em relação a isso”, disse o líbero Mário Júnior ao UOL Esporte.

O alto número de estrelas repatriadas nos últimos anos - em um processo de inversão que freou as exportações de jogadores de ponta - colabora com a diminuição no interesse brasileiro em atuar na Itália. “Aqui é um lugar que respeita o voleibol. As pessoas gostam, te reconhecem e entendem do assunto. Mas, por mim, não saio do Brasil. Esse fortalecimento da Superliga fez o campeonato ter visibilidade e quem volta não quer mais sair”, afirmou o central Lucão.

João Paulo Bravo foi o último brasileiro da seleção a deixar a Itália. O ponteiro trocou o Piacenza pelo Arkas, da Turquia, nesta intertemporada. Este quadro de ausência de atletas nacionais no “centro do vôlei” é completamente oposto ao do time verde-amarelo campeão mundial de 2006.

Na ocasião, nove dos 12 integrantes da seleção de Bernardinho atuavam na Itália. Apenas Samuel ainda estava no Brasil. No elenco de 2010, dez dos 14 convocados defendem clubes de sua própria terra, três jogam no exterior e o líbero Alan está sem clube. A opção de jogar no país europeu, no entanto, ainda é vista como um bom desafio.

“É interessante. Aqui o vôlei tem tradição, o campeonato é forte e isso fala mais alto. Mas as condições para o atleta é o que pesa na hora de decidir. É um desafio bom”, opinou Théo, um dos poucos ‘gringos’ da seleção – o oposto joga no Japão.

Sem nenhum representante atuando na Itália, o Brasil inicia neste sábado a defesa do título do Campeonato Mundial contra a Tunísia, às 12h (horário de Brasília). Integrante do grupo B, a equipe de Bernardinho encara ainda Espanha e Cuba.

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