UOL Esporte Vôlei
 
26/09/2010 - 07h21

Brasil preserva levantador Bruninho, descarta improviso e sofre com restrição

Roberta Nomura
Em Verona (Itália)

Bruninho é o único jogador da seleção brasileira masculina de vôlei que não tem um reserva no momento. Enquanto Marlon se recupera de problemas intestinais crônicos, o jogador é a única opção na função de “cérebro” do time no Campeonato Mundial, disputado na Itália. Diante da pressão e do desgaste físico, Bernardinho quer frear o ímpeto do levantador para preservá-lo. O técnico descarta improvisar outro atleta na função e sofre com restrição tática nas partidas.

“Ele naturalmente se desgasta muito. E tem que se desgastar o mínimo possível e controlar a energia”, disse o técnico Bernardinho. Marlon está com suspeita da Doença de Crohn (inflamação crônica intestinal) e está fora da primeira fase. Sem prazo de recuperação, o levantador pode perder mais partidas.

Com apenas uma alternativa, Bernardinho perdeu a opção de fazer a inversão – em que tira o levantador da rede para crescer o bloqueio e coloca o armador no fundo da quadra. “Não tem como fazer. Tenho que optar pela substituição simples”, lamentou o treinador.

Em situação inédita na carreira, Bruninho foi à quadra na estreia contra a Tunísia com a responsabilidade de ser o único da posição. E tirou de letra. Ele variou bem as jogadas e foi um dos destaques na fácil vitória por 3 a 0. Com a ausência do recém-promovido a titular Marlon, o levantador recupera o posto no time principal, perdido na final da Liga Mundial.

Com a sequência de jogos, a questão física do único levantador passa a ser uma preocupação da seleção, mas Bruninho minimiza e lamenta mais o desfalque de Marlon pelo companheirismo e queda tática. “Cheguei a um ponto legal fisicamente. Mas para o Brasil é ruim não ter a inversão. O time usa muito essa jogada, mas vamos ter que superar isso. Este não é o primeiro nem será o último obstáculo”, falou.

Bruninho também sentiu falta da orientação de Marlon no banco de reservas. “A gente sempre conversa, troca informações durante o jogo. Quem está no banco, às vezes, tem uma visão melhor do adversário. Senti a falta do Marlon, mas o Dante falou bastante comigo”, contou o levantador. Ele disse ainda que não teve nenhum tipo de conversa especial na preleção da estreia, mas destacou o respaldo de todo o elenco.

Mesmo com o desgaste físico de Bruninho, Bernardinho descarta improvisar algum outro jogador no posto. No treino o líbero Alan e o ponteiro Giba fizeram bastante o papel. No entanto, o primeiro só pode atuar na função exclusivamente defensiva por ter sido inscrito assim. “O Théo já atuou como levantador, mas não dá. Há muitos anos ele mudou”.

Na manhã de sexta, quando Marlon chegou a participar da atividade no Palaolimpia, o italiano Maurizio Latelli compôs a prática a convite da comissão técnica. E é com o empréstimo de jogadores locais que Bernardinho pretende suprir a ausência de um levantador no treinamento.

“Fica difícil para o Bruno. Como só tem ele, acaba se desgastando mais. Mas ele está tranquilo. Escuta quem está de fora e está bem relaxado. Ele está em momento diferente. O que aconteceu com ele na Liga Mundial [atuações irregulares] pode acontecer com qualquer um. Não somos máquinas", analisou Dante.

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