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FIVb/Divulgação

Jogo entre Espanha e Brasil opôs os técnicos de sucesso Julio Velasco e Bernardinho

26/09/2010 - 21h48

Técnicos abandonam língua de origem, trocam elogios e argentino ironiza protocolo

Roberta Nomura
Em Verona (Itália)

A partida entre Brasil e Espanha pela segunda rodada do grupo B do Campeonato Mundial masculino de vôlei confrontou dois técnicos experientes e vitoriosos. Após a vitória verde-amarela por 3 a 1 neste domingo, Bernardinho e Julio Velasco dividiram a mesa da entrevista coletiva e rasgaram elogios um ao outro. Poliglotas, os treinadores abandonaram suas línguas de origem e o ítalo-argentino ainda ironizou protocolo da FIVB (Federação Internacional de Voleibol).

Antes do duelo contra a Espanha, Bernardinho e seus jogadores alertaram para a competência de Velasco. Com os três desfalques importantes da equipe europeia - irmãos Falasca e Inácio Rodriguez  - , o técnico virou a principal ‘arma’ adversária na visão do elenco brasileiro. E o comandante fez seus atletas engrossarem o jogo vencido pelo Brasil.

Como em todas as coletivas do Mundial, o capitão da equipe e o técnico foram para a sala de entrevistas. Os jogadores responderam a poucas perguntas e foram dispensados. Os técnicos permaneceram um em cada ponta da mesa. Antes de analisar o desempenho da Espanha na partida, Velasco questionou aos jornalistas se era preciso falar em italiano, inglês e espanhol.

Ao receber a negativa dos profissionais em relação ao inglês, decidiu falar apenas em espanhol e italiano. No entanto, foi advertido que a língua era obrigatória. “Mas não tem ninguém aqui que quer”, rebateu. O tradutor insistiu e Velasco ironizou: “Vamos lá, vou falar para ninguém”. Arrancou risos de todos na sala.

Com a imposição, Velasco respondeu às perguntas em inglês e italiano. Bernardinho seguiu a mesma conduta. Perguntado se falaria em português, brincou: “Eles [jornalistas brasileiros] estudam inglês, italiano...”. Todo o esforço foi para otimizar a entrevista, que já durava 30 minutos.

Considerados dois dos melhores técnicos do mundo, Bernardinho e Velasco só ‘gastaram’ mais tempo durante resposta um sobre o outro. “Eu aprendi muito com ele e com os times dele. Em organização, tirar o melhor dos jogadores e a experiência de se manter vencendo. Ele foi um grande professor não só para mim como para muitos técnicos”, elogiou Bernardinho.

À frente da seleção masculina desde 2001, o treinador soma resultados impressionantes. Bernardinho comandou a equipe em dois títulos mundiais (2002 e 2006), oito conquista da Liga Mundial (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010), duas Copas dos Campeões (2005 e 2009), duas Copas do Mundo (2003 e 2007), além de Sul-Americanos.

“O Brasil foi por muito tempo um dos melhores times do mundo. E quando Bernardo chegou ele virou o melhor do mundo. Esta é a diferença. Todo mundo falava que só era possível ganhar no vôlei com gigantes no time. Mas o Brasil com Ricardinho, Giba e [André] Nascimento, que não são tão altos, ganhou tudo. O bloqueio que não era uma tradição da seleção virou o melhor do mundo. Eu mostro o Brasil como a melhor síntese de escola”, retribuiu Velasco.

O ítalo-argentino, por sua vez, comandou a vitoriosa geração italiana na década de 1990. Levou os europeus ao título continental em 1989, a dois ouros em Mundiais (1990 e 1994) e a prata olímpica nos Jogos de Atlanta-1996. Embora tenham se cruzado nesta primeira fase do Mundial, os dois técnicos de ponta têm objetivos distintos neste Mundial. Velasco tenta vitória sobre a Tunísia para levar a Espanha para a segunda fase. Com a seleção brasileira, Bernardinho defende o título e busca a liderança do grupo B em confronto direto contra Cuba, às 16h (horário de Brasília) desta segunda.

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