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Marlon vai ao ginásio pela 1ª vez em jogos do Brasil, mas assiste pela TV

28/09/2010 - 07h49

Marlon reaparece melhor, vai ao ginásio pela 1ª vez e se poupa do assédio

Roberta Nomura
Em Verona (Itália)

Marlon virou a maior preocupação brasileira no Campeonato Mundial de vôlei. Com problemas crônicos intestinais, o jogador teve que ser submetido a vários exames, ficou abatido e perdeu de 4 a 5 kg. Sob tratamento de remédios, ficou recluso no quarto do hotel por quase dois dias. O levantador reapareceu mais disposto e conseguiu ir ao Palaolimpia, em Verona, pela 1ª vez em jogos do Brasil. Foi no clássico contra Cuba.

PRIMEIRA FASE TERMINA COM TROPEÇOS DOS FAVORITOS E CRÍTICAS AO MUNDIAL

  • FIVB/Divulgação

    A Bulgária foi a grande decepção da primeira fase do Campeonato Mundial de vôlei. Com duas derrotas em três jogos, a equipe terminou em terceiro no grupo e forçou um encontro precoce com o Brasil, que também sofreu um revés, na próxima etapa, que começa na quinta-feira. E após 36 jogos, a etapa inicial foi alvo de duras críticas por parte das seleções.

    Antes mesmo de embarcar para a Europa para defender o título, o Brasil expôs descontentamento com a distribuição das equipes. Anfitriã, a Itália entrou como cabeça de chave do grupo A e o Brasil no B. A definição dos primeiros adversários foi feita por ranqueamento da FIVB (Federação Internacional de Voleibol). No entanto, a Azzurra assumiu um posto que teoricamente seria do time verde-amarelo e terá vida mais fácil até as semis.

Em um carro alugado, Marlon chegou ao ginásio para dar uma força aos companheiros para o jogo mais importante do grupo B, que definiria o líder da chave. Ficou atrás do banco de reservas à espera dos jogadores. Ex-jogador do Verona, o levantador recebeu o carinho do público, mas evitou o assédio para se poupar. Na quadra, o atleta conseguiu falar apenas com Lucão.

“Estou com mais energia. Com o primeiro exame fiquei mais tranquilo, porque a inflamação é pequena e a recuperação pode ser mais rápida e menos sofrida”, disse Marlon, que aguarda o resultado de uma biópsia para ter o diagnóstico definitivo. O levantador está com suspeita de Doença de Crohn (inflamação crônica intestinal), mas uma colonoscopia confirmou o problema em uma parte pequena do cólon.

Mesmo que finalize a recuperação clínica, Marlon deve perder toda a segunda fase do Mundial também, já que perdeu muito peso. Após ficar dois dias e meio sem comer na semana passada, o levantador está melhor. Ele disse sofrer com cólicas, mas já consegue ingerir mais alimentos.

Ainda debilitado, Marlon não ficou no Palaolimpia para acompanhar a derrota do Brasil para Cuba por 3 a 2. Após assistir aos dois primeiros sets em uma televisão colocada próxima ao vestiário da seleção brasileira, o levantador retornou ao hotel no início da terceira parcial. E perdeu um grande espetáculo.

“Quase não vi o jogo. Sou muito conhecido aqui e as pessoas vieram falar. Mas não estou bom ainda. E estava causando um certo tumulto ali dentro”, revelou. Enquanto conversava na parte de dentro do ginásio, Marlon recebeu atenção especial. O líbero reserva Alan, que não foi para o jogo, perguntou se o levantador queria comer alguma coisa. O fisioterapeuta da seleção Guilherme Tanius também passou por ali e foi ver como ele estava.

“Todos eles têm me ajudado muito. Todo dia passavam no meu quarto para saber como eu estava e me dar um abraço. A cooperação e o carinho que existe aqui é impressionante. Fiquei sabendo de um cartaz para mim e da homenagem”, contou Marlon. Na vitória sobre a Espanha, o narrador do ginásio pediu aplausos para o levantador e foi prontamente atendido.

Sem Marlon no Palaolimpia, o Brasil protagonizou uma bela partida contra Cuba. As duas seleções atuaram em alto nível em partida definida após cinco sets. Com a derrota, a seleção encerra a primeira fase em segundo lugar. Agora, compõe o grupo N ao lado de Polônia e Bulgária. O time viaja ainda nesta terça-feira para Ancona, cidade que sediará os jogos da chave entre quinta e sábado.

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