UOL Esporte Vôlei
 
30/09/2010 - 13h39

Federação nega punição a italiano que ajudou Brasil e fala em "laços de amizade"

Roberta Nomura
Em Ancona (Itália)

A polêmica participação do italiano Maurizio Latelli em treino da seleção brasileira de vôlei na semana passada parece ter chegado ao fim. A FIPAV (Federação Italiana de Voleibol) negou nesta quinta-feira a intenção de punir o jogador do Marmi Lanza Verona. O vice-presidente da entidade Luciano Cecchi chamou de mentirosa a notícia sobre uma possível represália e falou em “laços de amizade” com os brasileiros.

O Brasil está sem contar com Marlon, que está com suspeita de Doença de Crohn (inflamação crônica intestinal) e espera resultado de biópsia para diagnóstico definitivo e saber se joga o Campeonato Mundial, na Itália. Como alternativa, a comissão técnica entrou em contato com time de Verona e convidou um levantador para compor a atividade.

Maurizio Latelli atuou por 13 anos como líbero, mas mudou de posição no início da temporada e foi o escolhido. Empolgado com a oportunidade, levou até a família para o treino em que rendeu Marlon. No entanto, após a ajuda foi chamado de traidor e vivia a expectativa de receber uma punição.

“Nunca falamos em punir Latelli. Ele é livre e pode treinar com a seleção brasileira se quiser. Não existe isso. É uma notícia mentirosa, falsa”, explicou o vice-presidente da FIPAV, Luciano Cecchi. O dirigente reforçou a ideia de que a entidade sequer pensou em uma punição ao jogador de 35 anos.

Em entrevista ao jornal local La Arena, Latelli criticou o fato de ter sido chamado de traidor e chegou a dizer que se fosse multado, faria questão de pagar de seu próprio bolso. “Estamos falando de um jogador que fez um pequeno treino com a seleção brasileira. Quem falou isso não está no mundo do voleibol, mas sim do futebol”, afirmou.

A seleção brasileira expôs sua indignação por meio do capitão Giba. O ponteiro disse que estavam vendo somente o lado negativo da história. “Não tem motivo para fazermos isso. Temos laços de amizade com o Brasil, na figura do presidente [ da Confederação Brasileira de Volibol] Ary Graça. Esta é a versão oficial”, insistiu Cecchi.

No entanto, desde 2003 a seleção brasileira encontra dificuldades na Itália. Nos bastidores, fala-se de uma proibição aos clubes do país em ajudar e fazer permutas com rivais da Azzurra. Abertamente, não existe o veto e a restrição seria velada. "Não tem isso. Mas a Federação quer evitar dar ajuda para os adversários. Ainda mais o Brasil, que tem facilidades aqui por conhecer muita gente, e ser um grande rival e favorito", disse Andrea Zorzi, ex-jogador da seleção italiana e agora jornalista.

 

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