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FIVB/Divulgação

Capitão do Brasil, Giba é um dos mais indignados com o estranho formato do Mundial

01/10/2010 - 16h01

Resultados "estranhos" levantam suspeita no Mundial, e Brasil expõe indignação

Roberta Nomura
Em Ancona (Itália)

As seguidas "zebras" ocorridas no Campeonato Mundial de vôlei passaram a ser vistas de outra forma. Os resultados “estranhos” levantaram suspeita de atitudes antidesportivas e criaram um clima de excessiva desconfiança na competição realizada na Itália. O regulamento permite que algumas seleções entrem em quadra com a possibilidade de perder para compor uma chave mais fraca. E é justamente a fórmula de disputa que gerou indignação da seleção brasileira e também de rivais.


Parabéns aos gênios da FIVB pelo regulamento deste Mundial!

Gustavo, ex-jogador da seleção brasileira

“Um Campeonato Mundial ter um regulamento de m... deste, não pode. Um tricampeão mundial [Itália] chegar na semifinal enfrentando Irã, Egito e Japão, não tem cabimento. Um 3 a 0 da Bulgária amanhã, vai ser lastimável. Um assassinato ao voleibol. A gente querendo perder e a Bulgária fazendo de tudo para não ganhar. Vai ser um jogo ridículo”, disparou o capitão Giba.

O ponteiro brasileiro deu a declaração logo após saber da vitória por 3 a 0 da Bulgária sobre a Polônia. Com este resultado, o time verde-amarelo encara os búlgaros às 16h (horário de Brasília) deste sábado com a classificação assegurada. Mesma condição dos europeus. O duelo vale a liderança do grupo N.

No entanto, a liderança não é considerada uma vantagem, já que o segundo colocado da chave teoricamente seria o maior beneficiado na terceira fase. Além de fazer a viagem direta para Roma, sede da fase final, a vice-líder teria adversários mais fracos. “É um absurdo ter um regulamento em que vencer não é o melhor resultado. Você fazer um caminho mais fácil para uma equipe e fazer de tudo para ela chegar na semifinal... São 24 times e fica fácil terminar entre os quatro”, afirmou Rodrigão, em referência à anfitriã Itália.

Enquanto a equipe brasileira dava entrevistas, os russos sofreram uma impressionante virada da Espanha e perderam por 3 a 2, nesta sexta-feira. O resultado mudou o panorama da partida de sábado, já que a Rússia era amplamente favorita a terminar na liderança do grupo I e formaria uma chave com a segunda colocada do H (provavelmente Cuba) e o líder do N (Brasil ou Bulgária) na terceira fase.

 

Agora, os russos devem compor grupo com Sérvia e Argentina. “Espanha ganhar da Rússia??? EUA perdem para Republica Tcheca??? Amanhã no nosso jogo quem perde se dá bem?? Por que tudo isso?”, questionou Rodrigão em seu Twitter.

 

Antes mesmo de toda a polêmica levantada, o Brasil já cogitava poupar alguns de seus principais jogadores na partida contra a Bulgária. Mas rechaça a possibilidade de entregar o jogo. “Vamos entrar e fazer nosso melhor, mas sem correr riscos. Sem expor ninguém a nada”, disse o técnico Bernardinho.

Embora a credibilidade do campeonato tenha sido colocada à prova, a imprensa italiana não tem abordado o assunto, fato que incomoda o comandante brasileiro. “O regulamento foi tão mal construído, que chega a ser vergonhoso. E eles não estão falando nada, querem encobrir e não assumem isso. Fizeram uma fórmula que faz o perdedor cair em uma chave mais fácil. Realmente, isso é uma pena”, criticou.

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