UOL Esporte Vôlei
 
02/10/2010 - 09h23

Após críticas, Bernardinho vira alvo de editorial e jornal cita Atenas-2004

Roberta Nomura
Em Ancona (Itália)

O regulamento do Campeonato Mundial de vôlei foi alvo de chuva de críticas principalmente na sexta-feira após a derrota da favorita Rússia para a Espanha e as suspeitas de resultados "estranhos. A seleção brasileira, por sua vez, já vinha chamando a atenção para o sistema de disputa anteriormente. E o técnico Bernardinho posicionou-se contra a postura da imprensa italiana ao ‘ignorar’ o assunto.

Após as críticas, Bernardinho ganhou voz no principal jornal especializado do país. Em duas páginas sobre o Mundial, a Gazzetta dello Sport dedicou uma parte somente a estas suspeitas em cima de resultados “estranhos” e expôs a opinião do técnico brasileiro. No entanto, a reclamação do comandante verde-amarelo foi acompanha de frases como “O importante é participar, vencer nem sempre”.

E o periódico foi além. Abaixo da reclamação de Bernardinho, há um pequeno editorial. O jornal afirma já ter publicado colunas em que mostrava um certo favorecimento à anfitriã Itália. Mas justifica: “Favorecer a equipe da casa tem sido a fórmula dos últimos anos”. E cita o Campeonato Europeu de 2009, disputado na Turquia e vencido pela Polônia.

A resposta mais dura, contudo, é totalmente direcionada ao técnico brasileiro. “É um pouco estranho isso vir do técnico Bernardinho, que em 2004 foi protagonista junto com o Brasil de uma derrota dúbia para os EUA em Atenas. Depois disso, a FIVB decidiu mudar as regras, introduzindo o desempate pela relação de pontos ganhos e perdidos”.

Nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, o Brasil entrou em quadra pela última rodada da primeira fase com a primeira colocação do grupo garantida. E o time verde-amarelo perdeu por 3 a 1 para os Estados Unidos. Na ocasião, o técnico Bernardinho pediu desculpas pela derrota.

Uma das reclamações brasileiras é que o chaveamento permite vida fácil para a Itália até chegar às semifinais. Na primeira fase, os adversários eram Japão, Irã e Egito. Nesta etapa são Alemanha e Porto Rico. No entanto, a brecha do regulamento em garantir mais benefícios ao perdedor de um jogo foi o que mais revoltou o time verde-amarelo.

“O regulamento foi tão mal construído, que chega a ser vergonhoso. E eles não estão falando nada, querem encobrir e não assumem isso. Fizeram uma fórmula que faz o perdedor cair em uma chave mais fácil. Realmente, isso é uma pena”, criticou o comandante brasileiro.

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