Seleção brasileira teve atuação apática e provocou gritos de 'palhaçada' da torcida |
Bruninho agasalhado no banco de reservas com gripe. Times irreconhecíveis em quadra. E uma torcida indignada, que vaiou e classificou o jogo como "palhaçada". Foi assim que o Brasil encerrou sua participação na segunda fase do Campeonato Mundial de vôlei neste sábado, em Ancona. A seleção brasileira advertiu para um jogo que não valia nada e para o desinteresse em vencer de ambos os lados. E o que se viu no Palarossini foram duas equipes de alto nível modificadas – Bernardinho substitui seu único levantador por um atacante – e cometendo erros infantis. O resultado: 3 x 0 (25-18, 25-20 e 25-20) para a Bulgária e um caminho mais fácil para os atuais vice-campeões olímpicos na próxima etapa.
É uma mancha negra na minha carreira, eu também não queria passar por isso
Agora, o Brasil vai compor a chave R ao lado de República Tcheca e Alemanha e vai direto para Roma, sede da fase final do Mundial. A líder Bulgária integrará o grupo Q ao lado de Espanha e Cuba, algoz do time verde-amarelo na primeira fase.
Cerca de 30 minutos antes do início do confronto chegou a confirmação de que o único levantador da seleção à disposição no momento ficaria no banco de reservas. Bruninho está com gripe. O oposto Théo foi o escolhido para a função e o Brasil entrou em quadra com o ‘levantador’ Théo e o oposto Leandro Vissotto; os ponteiros Dante e Giba; os centrais Rodrigão e Sidão, além do líbero Mário Júnior.
Do outro lado da rede, também viu-se uma Bulgária desfigurada. Titulares, o levantador Zhekov e o líbero Salparov não foram sequer relacionados para o confronto. O principal atacante do time, Kaziyski, não entrou na partida. E o jogo sem interesses começou com seguidos erros infantis dos dois lados.
Classificadas, as seleções demonstraram apatia e desinteresse. Prevaleceu o ‘melhor’ jogo da Bulgária. O Brasil, que foi quase perfeito contra a Polônia, demonstrou deficiência em todos os fundamentos. O passe chegou quebrado para Théo, que em vários momentos levantou de manchete. Àquela altura, o público ainda aplaudia e incentivava.
A seleção verde-amarela não correspondia. O bloqueio búlgaro achou Dante, Giba, Vissotto, Sidão... E ficou fácil para fechar em 25-20. O Brasil ensaiou uma melhora no início do segundo set, mas sempre contando com equívocos dos adversários. Abriu 7-3. Mas bolas fáceis de saques flutuantes começaram a cair na quadra brasileira, que sempre tinha um buraco e o placar ficou apertado.
Em erros dos craques Dante e Giba, a Bulgária assumiu o comando e o público começou a se manifestar. Vaias foram ouvidas constantemente. E quando os europeus fecharam em 25-20 os gritos eram de “palhaçada, palhaçada”.
Os equívocos permaneceram e o técnico Bernardinho não mexeu no time. A Bulgária logo assumiu o comando com erros infantis. Um bom exemplo do que ocorreu no ginásio foi o 11º ponto brasileiro no terceiro set. A bola quase caiu no chão por desatenção verde-amarela, Mário Júnior salvou e Vissotto passou a bola toda torta e de graça. A bola caiu na quadra búlgara, que ainda estava na frente (13-11).
O público presente se uniu e gritou: “Itália, Itália”, chamou a sensação do torneio Camarões e ficou de costas. Nada adiantou para sacudir os selecionados. E o capitão Giba tinha razão: “Um 3 a 0 da Bulgária, vai ser lastimável. Um assassinato ao voleibol. A gente querendo perder e a Bulgária fazendo de tudo para não ganhar. Vai ser um jogo ridículo”. Foi assim que a torcida entendeu.
BULGÁRIA BRASIL |
VAIAS Narrador do ginásio pediu aplausos para os dois times. Mas o que se ouviu foi um lotado Palarrossino vaiando e hostilizando as equipes. | APLAUSOS O bom clima no ginásio só voltou mesmo quando as jovens dançarinas animaram os intervalos. |
PROTESTO Revoltado com suposta 'marmelada' do Brasil, público ficou de costas para a partida e jogou objetos na quadra após o fim do jogo. | CULPADO? Búlgaros se mostraram indignados com 'marmelada' brasileira e se recusaram a cumprimentar o técnico Bernardinho. |
SOKOLOV Comandou o ataque da Bulgária e foi o principal pontuador da partida | BERNARDINHO O técnico brasileiro escalou um atacante para substituir o único levantador disponível. Mesmo com o desempenho ruim, não mexeu. | ||
MITEV Substituto de Zhekov teve boa atuação e obteve três aces diante da apática recepção brasileira | MÁRIO JÚNIOR O líbero estava apático. Não conseguiu fazer defesas fáceis e ainda foi muito irregular na recepção. |
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