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Divulgação/FIVB

Atacante Théo foi usado como levantador do Brasil na derrota para a Bulgária

03/10/2010 - 16h59

Revés ainda repercute, veteranos assumem responsabilidade e criticam rival

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

A atípica derrota para a Bulgária ainda ecoa. Os jogadores mais experientes da seleção brasileira falaram com tranquilidade sobre o assunto um dia após a equipe ser derrotada por 3 a 0 sob vaias e gritos de “palhaçada” da torcida. Já em Roma para a disputa da terceira fase do Campeonato Mundial de vôlei, os bicampeões mundiais Giba e Rodrigão assumiram responsabilidade e voltaram a criticar a rival europeia.

'MARMELADAS' MANCHAM SEGUNDA FASE

  • Os Estados Unidos perderam para a República Tcheca. Rússia levou uma virada surpreendente da Espanha. O Brasil teve uma derrota atípica para Bulgária em duelo que teve vaias e gritos de “palhaçada”.

    Obviamente, ninguém admite entregar o jogo para ter vida mais fácil e o discurso parece até ser ensaiado. Os técnicos pouparam seus atletas e não há nada de errado nisso. No entanto, os resultados “estranhos” e as críticas ao regulamento do Campeonato Mundial de vôlei mancharam a segunda fase. Leia mais

Seleções de ponta, Brasil e Bulgária fizeram uma partida muito abaixo do habitual. Classificados, os dois times entraram na quadra do Palarossini, em Ancona, desfigurados. A equipe verde-amarela poupou o gripado Bruninho e atuou sem um levantador de origem – o atacante Théo foi improvisado. Os europeus sequer relacionaram dois importantes titulares: levantador Zhekov e líbero Salparov. O destaque do time, Kaziyski, não entrou no jogo.

E após a partida fraca e repleta de erros, o capitão Giba falou em “mancha negra na carreira” durante entrevista coletiva. E mesmo diante da provocação do búlgaro Nikolov não perdeu a compostura. Neste domingo, o camisa 7 revelou que teve dificuldade em dormir.

Ao ser questionado sobre qual sua postura diante dos mais novos depois do revés, Giba não titubeou. “É assumir a responsabilidade do que foi feito. Nós somos os mais experientes. Temos que arcar com isso”. O capitão foi um dos poucos a se manifestar depois da derrota por 3 a 0. E voltou a falar.

“Quando a gente chegou lá e viu a palhaçada que os búlgaros estavam fazendo, a gente resolveu poupar mesmo”, explicou. “Entramos para poupar o nosso time. Jogar sem levantador é um absurdo, mas a gente tinha que fazer isso”, completou. A mesma versão foi exposta pelo central Rodrigão.

“Ficou ridículo, mas não foi a gente que fez a fórmula e o regulamento. Se a gente tem que fazer isso para ser campeão, vai fazer”, enfatizou o meio de rede brasileiro. “O que muitas pessoas não sabem é que, às vezes, perder é mais difícil do que ganhar”.

Com a derrota, o Brasil terminou em segundo no grupo N. Agora, está em Roma para medir forças com República Tcheca e Alemanha na chave R. Apenas um avança às semifinais. Já a líder Bulgária vai duelar com Espanha e Cuba, algoz brasileiro na primeira fase.

Mesmo com a derrota atípica e as acusações de entrega de jogo para cair em chave mais fácil, Giba não teme que o Brasil fique com a pecha de que ‘fugiu’ dos caribenhos. “Nossa imagem é difícil de ser sujada. Conversamos muito sobre isso. Eu, particularmente, penso isso. Já fizemos muito. Quem está aqui tem muito orgulho de jogar pela seleção. Orgulho de ser brasileiro”.

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