UOL Esporte Vôlei
 
06/10/2010 - 13h58

Brasileiros falam em 'discriminação' e pedem semi contra a Itália no Mundial

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)*

Com a vitória fácil por 3 sets a 0 sobre a Alemanha nesta quarta-feira, a seleção brasileira garantiu sua vaga nas semifinais do Mundial masculino de vôlei e agendou um encontro com a Itália. Dona da casa, a Azzurra assegurou a classificação em seguida, com um triunfo por 3 sets a 1 sobre a França. E era exatamente esse adversário que os brasileiros queriam enfrentar.

BRASIL BATE ALEMANHA E VAI À SEMIFINAL

  • FIVB/Divulgação

    A seleção brasileira encerrou a preparação para o Campeonato Mundial de vôlei com período de aclimatação e amistosos contra a Alemanha. E os europeus levaram a melhor com duas vitórias em três jogos. Mas agora era para valer. O triunfo valia vaga na semifinal da competição disputada na Itália. O time verde-amarelo não deu chances para seu algoz de treinos, venceu sem esforço por 3 a 0 (25-17, 25-20 e 25-19) e se classificou para as semifinais, nesta quarta-feira, no Palalottomatica, em Roma.

O pensamento da maioria do elenco vai na linha de enfrentar os anfitriões para responder em quadra a todas as críticas e aos problemas enfrentados nos bastidores. Os brasileiros atacaram a fórmula do Mundial e disseram que o sistema de disputa foi feito para beneficiar os italianos. Os europeus também não pouparam o time de Bernardinho e pegaram pesado após a polêmica derrota do Brasil para a Bulgária, em jogo definido como "palhaçada" pela torcida de Ancona.

“Nada mais justo do que essas seleções se encontrarem na semifinal. Todos nós preferimos. Aqui está nítido que se eles puderem atrapalhar o caminho do Brasil, vão atrapalhar, seja na quadra ou até mesmo no hotel”, disparou Dante, um dos mais experientes da seleção. “Vai ser pior ainda no sábado, em uma semifinal contra a Itália, porque tudo o que eles puderem fazer para que a gente não chegue na final, eles vão fazer”.

O oposto Leandro Vissotto foi além e chegou a dizer que os atletas brasileiros, tanto de clubes quanto da seleção, são discriminados no país europeu. Para ele, o problema vem do fato de o Brasil ter se tornado a maior potência do voleibol mundial da década, em posto antigamente ocupado pelos italianos.

“Brasil e Itália sempre é um jogo de polêmica, e a gente está vendo a recepção deles aqui. Somos discriminados”, declarou Vissotto ao canal Sportv. “Como a gente superou os italianos, acho que isso ainda os incomoda. A gente vê isso no dia a dia, mas tira de letra e responde na bola. É importante jogar na casa deles, reafirmar nossa soberania e igualar os três títulos mundiais que eles têm”.

Sempre mais polido, Murilo destoou dos companheiros. Para ele, nem mesmo uma vitória brasileira mudará a visão dos italianos, sobretudo do público e da imprensa local. “Por mais que a gente dê uma lição em quadra, eles sempre vão falar mal da gente. Eu já esperava isso. Não vou desperdiçar minha energia, porque não muda nada. Eles estão massacrando o Brasil, e isso nos dá motivação, mas não podemos fazer nada contra eles”, afirmou o ponteiro. “Se for a Itália, vai ser um jogo bonito pelo público e interessante para o Mundial, porque terá casa cheia. Mas se eu pudesse escolher o adversário, talvez eu escolhesse os Estados Unidos”.

A Azzurra foi o principal tema nas entrevistas. Bruninho até alertou para o duelo contra os franceses. "Primeiro temos que esperar para ver se é a Itália mesmo, porque a França costuma complicar os jogos para eles. Não sei se eles já estão contando com isso. Temos que comemorar a nossa classificação". Giba também foi abordado sobre os donos da casa, elogiou o rival e prevê um espetáculo para o público. "Será bonito jogar contra a Itália", falou o capitão.

Bernardinho também já se prepara para enfrentar o time anfitrião. O técnico alerta para a experiência da equipe e, principalmente, de alguns de seus jogadores. “Eles têm alguns veteranos como Fei, Vermiglio e Mastrangelo, um time excelente, então não podemos pensar que é só o público que vai fazê-los vencer. Temos dois dias até as semifinais e agora é recuperar as energias, porque o ginásio vai vir com tudo contra a gente nesse jogo”.

*Atualizada às 17h56

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