Jogadores brasileiros comemoram um ponto na fácil vitória sobre a Alemanha |
A seleção brasileira encerrou a preparação para o Campeonato Mundial de vôlei com período de aclimatação e amistosos contra a Alemanha. E os europeus levaram a melhor com duas vitórias em três jogos. Mas agora era para valer. O triunfo valia vaga na semifinal da competição disputada na Itália. O time verde-amarelo não deu chances para seu algoz de treinos, venceu sem esforço por 3 a 0 (25-17, 25-20 e 25-19) e se classificou para as semifinais, nesta quarta-feira, no Palalottomatica, em Roma.
Com a vitória fácil por 3 sets a 0 sobre a Alemanha nesta quarta-feira, a seleção brasileira garantiu sua vaga nas semifinais do Mundial masculino de vôlei e agendou um encontro com a Itália. Dona da casa, a Azzurra assegurou a classificação em seguida, com um triunfo por 3 sets a 1 sobre a França. E era exatamente esse adversário que os brasileiros queriam enfrentar. |
Com a tranquila vitória, o Brasil se mantém entre os cinco melhores do mundo desde 1982 e segue na luta pelo terceiro título consecutivo. Agora, já pensa na semifinal após fechar o grupo R - o mais fácil da terceira fase - na liderança. Os comandados de Bernardinho vão duelar com a rival e anfitriã Itália, que também nesta quarta confirmou o favoritismo, bateu a França por 3 sets a 1 e assegurou sua classificação.
"Foi nota 10. Não podia ter sido melhor. Uma vitória rápida por 3 a 0 depois de uma partida não tão convincente contra a República Tcheca. Fomos bem melhor hoje, embora a Alemanha tenha errado muito e tenha facilitado o nosso trabalho", analisou Murilo, maior pontuador do jogo com 13 acertos.
A esperada dificuldade e a boa postura defensiva da Alemanha não foram concretizadas. O Brasil esperava um time empolgado após os bons resultados nos amistosos preparatórios para o Mundial. Mas o que se viu foi um time desorganizado e que cometeu muitos erros – 12 só no primeiro set.
Bruninho ainda não tinha achado a melhor bola com Leandro Vissotto, mas insistiu no oposto. Em compensação, o levantador tem em Murilo e na bola rápida com Rodrigão boas alternativas. O Brasil também cometeu alto número de equívocos no primeiro set, mas não teve trabalho para fazer 25-17 em ponto que resumiu a parcial: erro alemão, desta vez, no saque.
Se o jogo entre Brasil e Alemanha valia vaga nas semifinais, o outro duelo deste início de tarde, entre Rússia e Argentina, reunia duas equipes que já não brigam por nada no campeonato. Na chave P, é a Sérvia quem vai às semis.
Sem interesse na partida, a Argentina revezou jogadores durante o confronto, enquanto a Rússia levou a sério e jogou com seus titulares. O “esforço” rendeu aos russos uma tranquila e rápida vitória por 3 sets a 0, com parciais de 25-22, 25-17 e 25-15.
Os argentinos disputarão agora sua classificação entre o 9º e o 12º lugar, em Florença. Já a Rússia vai a Modena brigar entre a 5ª e a 8ª posição.
O técnico argentino Raúl Lozano fez a sua parte. Tentou mudar o time no final da primeira parcial e voltou diferente no segundo set com Schöps no lugar de Grozer, destaque alemão no Mundial, mas que estava apagado. E a equipe melhorou e proporcionou um jogo “mais jogado” com mais ralis.
Mesmo com a bola voltando mais vezes para sua quadra, o Brasil teve a paciência e lucidez que Bernardinho pediu. O melhor exemplo foi o 17º ponto. Em belo rali com os dois times apresentando boa relação bloqueio-defesa, a equipe verde-amarela trabalhou com calma e finalizou o ponto em bloqueio triplo de Bruninho, Rodrigão e Vissotto. Os alemães mantiveram alto número de erros e perderam por 25-20.
A lógica da parcial anterior se manteve no terceiro set. A Alemanha até conseguiu se manter na perseguição e não deixou o rendimento cair após já ter 2 a 0 adverso no placar. Mas, de fato, eles não mostraram competência para fazer frente aos atuais campeões mundiais em um jogo decisivo. Com Vissotto bem na partida, o Brasil teve na saída de rede a principal arma na parcial para comemorar a vaga na semifinal: 25-19.
*Atualizada às 17h59
BRASIL ALEMANHA |
SEM MIRA Dante tentou jogar a réplica da bola para sua filha Giovanna. Mas um homem pegou. Ela começou a chorar, mas o líbero reserva Alan cedeu a que ele pegou de Bruninho para ela. | TORCIDA PARTICULAR No vazio ginásio, era possível ouvir até o que os jogadores falavam em quadra. Na arquibancada, Leandro Vissotto tinha torcida particular que o prestigiava a cada saque. |
ACERTO DE BOLA Depois de admitir que teve um dia ruim, Vissotto está tentando acertar o tempo de bola com o levantador Bruninho. Os dois conversaram bastante em quadra. | SEM HOSTILIDADE A torcida italiana parece ter esquecido a polêmica derrota do Brasil para a Bulgária. Poucos vaiaram. A maioria, aliás, torcia para o Brasil contra a Alemanha. |
MURILO Já virou rotina, mas Murilo tem sido o grande destaque brasileiro no Mundial. É o mais acionado e corresponde, além de bom sacador. | GROZER Maior pontuador da Alemanha no Mundial, foi o mais acionado no primeiro set, mas não correspondeu. Oposto deu lugar a Schöps. | ||
VISSOTTO Não foi o melhor em quadra, mas mostrou personalidade. Se recuperou da partida ruim que fez contra República Tcheca e foi importante. | TILLE Melhor líbero do Mundial e líder na estatística de defesa, o alemão sucumbiu ao saque e ataque brasileiro. Fez partida irregular. |
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