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Reuters/Max Rossi

Jogadores brasileiros comemoram um ponto na fácil vitória sobre a Alemanha

06/10/2010 - 13h24

Sem esforço, Brasil vence algoz de treino Alemanha e chega à semi do Mundial

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)*

A seleção brasileira encerrou a preparação para o Campeonato Mundial de vôlei com período de aclimatação e amistosos contra a Alemanha. E os europeus levaram a melhor com duas vitórias em três jogos. Mas agora era para valer. O triunfo valia vaga na semifinal da competição disputada na Itália. O time verde-amarelo não deu chances para seu algoz de treinos, venceu sem esforço por 3 a 0 (25-17, 25-20 e 25-19) e se classificou para as semifinais, nesta quarta-feira, no Palalottomatica, em Roma.

BRASILEIROS FALAM EM 'DISCRIMINAÇÃO' E PEDEM SEMIFINAL CONTRA A ITÁLIA

Com a vitória fácil por 3 sets a 0 sobre a Alemanha nesta quarta-feira, a seleção brasileira garantiu sua vaga nas semifinais do Mundial masculino de vôlei e agendou um encontro com a Itália. Dona da casa, a Azzurra assegurou a classificação em seguida, com um triunfo por 3 sets a 1 sobre a França. E era exatamente esse adversário que os brasileiros queriam enfrentar.

Com a tranquila vitória, o Brasil se mantém entre os cinco melhores do mundo desde 1982 e segue na luta pelo terceiro título consecutivo. Agora, já pensa na semifinal após fechar o grupo R - o mais fácil da terceira fase - na liderança. Os comandados de Bernardinho vão duelar com a rival e anfitriã Itália, que também nesta quarta confirmou o favoritismo, bateu a França por 3 sets a 1 e assegurou sua classificação.

"Foi nota 10. Não podia ter sido melhor. Uma vitória rápida por 3 a 0 depois de uma partida não tão convincente contra a República Tcheca. Fomos bem melhor hoje, embora a Alemanha tenha errado muito e tenha facilitado o nosso trabalho", analisou Murilo, maior pontuador do jogo com 13 acertos.

A esperada dificuldade e a boa postura defensiva da Alemanha não foram concretizadas. O Brasil esperava um time empolgado após os bons resultados nos amistosos preparatórios para o Mundial. Mas o que se viu foi um time desorganizado e que cometeu muitos erros – 12 só no primeiro set.

Bruninho ainda não tinha achado a melhor bola com Leandro Vissotto, mas insistiu no oposto. Em compensação, o levantador tem em Murilo e na bola rápida com Rodrigão boas alternativas. O Brasil também cometeu alto número de equívocos no primeiro set, mas não teve trabalho para fazer 25-17 em ponto que resumiu a parcial: erro alemão, desta vez, no saque. 

RÚSSIA VENCE ARGENTINA

Se o jogo entre Brasil e Alemanha valia vaga nas semifinais, o outro duelo deste início de tarde, entre Rússia e Argentina, reunia duas equipes que já não brigam por nada no campeonato. Na chave P, é a Sérvia quem vai às semis.

Sem interesse na partida, a Argentina revezou jogadores durante o confronto, enquanto a Rússia levou a sério e jogou com seus titulares. O “esforço” rendeu aos russos uma tranquila e rápida vitória por 3 sets a 0, com parciais de 25-22, 25-17 e 25-15.

Os argentinos disputarão agora sua classificação entre o 9º e o 12º lugar, em Florença. Já a Rússia vai a Modena brigar entre a 5ª e a 8ª posição.

O técnico argentino Raúl Lozano fez a sua parte. Tentou mudar o time no final da primeira parcial e voltou diferente no segundo set com Schöps no lugar de Grozer, destaque alemão no Mundial, mas que estava apagado. E a equipe melhorou e proporcionou um jogo “mais jogado” com mais ralis. 

Mesmo com a bola voltando mais vezes para sua quadra, o Brasil teve a paciência e lucidez que Bernardinho pediu. O melhor exemplo foi o 17º ponto. Em belo rali com os dois times apresentando boa relação bloqueio-defesa, a equipe verde-amarela trabalhou com calma e finalizou o ponto em bloqueio triplo de Bruninho, Rodrigão e Vissotto. Os alemães mantiveram alto número de erros e perderam por 25-20.

A lógica da parcial anterior se manteve no terceiro set. A Alemanha até conseguiu se manter na perseguição e não deixou o rendimento cair após já ter 2 a 0 adverso no placar. Mas, de fato, eles não mostraram competência para fazer frente aos atuais campeões mundiais em um jogo decisivo. Com Vissotto bem na partida, o Brasil teve na saída de rede a principal arma na parcial para comemorar a vaga na semifinal: 25-19.

*Atualizada às 17h59

FICHA DO JOGO

BRASIL
Bruninho, Vissotto, Murilo, Rodrigão, Lucão, Dante e Mário Júnior. Entraram: Marlon e Théo

ALEMANHA
Tischer, Andrae, Bohme, Dunnes, Kromm, Grozer e Tille. Entraram: Kaliberda, Schops, Gunthor, Steuerwald e Schwarz

DIRETO DO GINÁSIO

SEM MIRA
Dante tentou jogar a réplica da bola para sua filha Giovanna. Mas um homem pegou. Ela começou a chorar, mas o líbero reserva Alan cedeu a que ele pegou de Bruninho para ela.
TORCIDA PARTICULAR
No vazio ginásio, era possível ouvir até o que os jogadores falavam em quadra. Na arquibancada, Leandro Vissotto tinha torcida particular que o prestigiava a cada saque.
ACERTO DE BOLA
Depois de admitir que teve um dia ruim, Vissotto está tentando acertar o tempo de bola com o levantador Bruninho. Os dois conversaram bastante em quadra.
SEM HOSTILIDADE
A torcida italiana parece ter esquecido a polêmica derrota do Brasil para a Bulgária. Poucos vaiaram. A maioria, aliás, torcia para o Brasil contra a Alemanha.

MELHORES E PIORES

MURILO
Já virou rotina, mas Murilo tem sido o grande destaque brasileiro no Mundial. É o mais acionado e corresponde, além de bom sacador.
GROZER
Maior pontuador da Alemanha no Mundial, foi o mais acionado no primeiro set, mas não correspondeu. Oposto deu lugar a Schöps.
VISSOTTO
Não foi o melhor em quadra, mas mostrou personalidade. Se recuperou da partida ruim que fez contra República Tcheca e foi importante.
TILLE
Melhor líbero do Mundial e líder na estatística de defesa, o alemão sucumbiu ao saque e ataque brasileiro. Fez partida irregular.

 

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