Mundial de Volei Masculino 2010

06/10/2010 - 15h32

Vissotto revela conversa com Bruninho, volta a brilhar no Mundial e agrada

Roberta Nomura

Em Roma (Itália)

Observado por Bruninho, Vissotto encara o bloqueio duplo da Alemanha em lance da vitória brasileira

O dia ruim contra a República Tcheca e a irritação demonstrada naquela partida ficaram para trás. Leandro Vissotto teve personalidade e superou as críticas com um bom desempenho na vitória por 3 a 0 sobre a Alemanha nesta quarta-feira. O oposto ainda procura o melhor encaixe de tempo de bola com o levantador Bruninho em seguidas conversas, mas já demonstrou evolução e arrancou elogios dos companheiros e até do exigente técnico Bernardinho.

Ainda no primeiro set, Vissotto e Bruninho se comunicaram bastante em quadra. “A gente estava com dificuldade no tempo de bola. Mas a conversa foi boa e tivemos uma maior eficiência no ataque”, disse o oposto, segundo maior pontuador do Brasil com 11 acertos, atrás apenas de Murilo, com 13 pontos.

“A gente vai se acertando. O que não pode acontecer é ficar encanado. A gente vai se soltando com naturalidade. No vôlei são três toques até o ataque e um jogador ajuda muito o outro. Quando eu não mando uma bola boa e ele vira é ‘obrigado Vissotto’. Quando o atacante fica no bloqueio, tem que ajudar a esquecer e seguir”, disse Bruninho. O levantador revelou não ter ouvido um pedido do oposto em contra-ataque no primeiro set para uma bola mais lenta e acelerou.

“A equipe jogou taticamente bem, e foi bom reencontrar um Vissotto participativo. Ele sempre ajuda nos ataques e no saque, mas hoje ele também defendeu, tocou. É bom ele participar mais do jogo, ter um saque mais agressivo, porque o time todo cresce com ele”, elogiou o técnico Bernardinho.

Na partida contra a República Tcheca, Vissotto jogou mal e foi substituído por Théo. “Hoje eu estava melhor. Na nossa profissão estamos sujeitos a críticas, e faz parte. Quando ganha é elogio, quando perde é crítica. Mas tem que superar. A mesma pessoa que um dia te critica, vai te elogiar”, respondeu com tranquilidade o oposto.

Em chance de voltar para o jogo contra os tchecos, foi impedido pelo árbitro por chegar atrasado e quebrou uma placa de substituição ao jogá-la no chão. Justificou com bom humor ao dizer que o objeto era frágil.

“É difícil mesmo. Quem é criticado quer entrar e mostrar serviço. Foi o que ele fez. A gente sabe do potencial dele e o quanto ele é importante. Eles [Bruninho e Vissotto] estão conversando bastante para acertar o tempo. Talvez ele precise de bolas mais altas até para aproveitar toda a altura que ele tem e passar por cima do bloqueio”, opinou Murilo.