Bruninho quer esquecer polêmica: "Ninguém trabalhou mais que do a gente" |
Um quer pensar na parte física, outro na psicológica. Um adota um discurso mais apimentado, outro mais político. As divergências marcam os dias que antecedem o clássico Brasil x Itália pela semifinal do Campeonato Mundial de vôlei. Mas as duas seleções concordam em um aspecto: ambas apelam ao merecimento para justificar o caminho e assegurar a vaga na decisão.
“Ninguém trabalhou mais que do a gente. Merecemos estar aqui e ir para a final. Não quero pensar no que aconteceu [polêmica derrota para a Bulgária]. Ficou para trás. Os brasileiros são alegres e não podemos perder isso”, disse o levantador Bruninho.
O técnico italiano Andrea Anastasi seguiu a mesma linha de pensamento. Embora a Azzurra tenha enfrentado somente um grande adversário para chegar à semifinal – venceu os campeões olímpicos Estados Unidos na terceira fase –, o treinador também fala em mérito.
“Nos últimos seis meses temos feito muitas experiências e trabalhado muito. Eu acredito que eles possam ir à final. Porque eles merecem isso”, disse o técnico italiano. Anastasi sabe da dificuldade que irá encontrar diante dos atuais bicampeões e já adota um discurso mais de apelo psicológico. “Temos que jogar em alto nível contra o Brasil. Temos que jogar com o coração e com determinação, porque não somos perfeitos. Vai ser uma verdadeira batalha”.
O comandante italiano disse que não há mais ajustes táticos e técnicos a se fazer agora. E, de fato, esta também não é maior preocupação do Brasil. O técnico Bernardinho enfatiza os benefícios de dois dias sem jogos para a recuperação física de seus jogadores. “Vai ser bom para recarregar a bateria e ir 100% para a semifinal”, explicou.
Esta é a primeira vez que o Brasil tem dois dias seguidos de folga sem ter que fazer deslocamento. E a parte física tem recebido atenção especial da comissão técnica verde-amarela. Após a vitória em cinco sets contra a República Tcheca, a maioria dos titulares ficou sem treinar com bola e recebeu massagem. O levantador Bruninho fez parte da atividade, enquanto o líbero Mário Júnior foi o único a participar da prática.
A preparação não é a única coisa que difere entre as seleções. O discurso também é bem distinto. Os italianos adotam postura mais diplomática e alguns até disseram que preferiam não enfrentar o Brasil. Crítico ao regulamento, o time verde-amarelo foi para o outro lado. Depois de insinuar favorecimento aos anfitriões, a equipe de Bernardinho foi quase unânime na escolha do adversário na semifinal: a Itália. O oposto Leandro Vissotto foi além e falou de discriminação com os brasileiros.
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas