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FIVB/Divulgação

Bruninho quer esquecer polêmica: "Ninguém trabalhou mais que do a gente"

07/10/2010 - 11h01

Brasil e Itália apelam ao mérito por vaga na final, mas diferem na pré-batalha

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

Um quer pensar na parte física, outro na psicológica. Um adota um discurso mais apimentado, outro mais político. As divergências marcam os dias que antecedem o clássico Brasil x Itália pela semifinal do Campeonato Mundial de vôlei. Mas as duas seleções concordam em um aspecto: ambas apelam ao merecimento para justificar o caminho e assegurar a vaga na decisão.

“Ninguém trabalhou mais que do a gente. Merecemos estar aqui e ir para a final. Não quero pensar no que aconteceu [polêmica derrota para a Bulgária]. Ficou para trás. Os brasileiros são alegres e não podemos perder isso”, disse o levantador Bruninho.

O técnico italiano Andrea Anastasi seguiu a mesma linha de pensamento. Embora a Azzurra tenha enfrentado somente um grande adversário para chegar à semifinal – venceu os campeões olímpicos Estados Unidos na terceira fase –, o treinador também fala em mérito.

“Nos últimos seis meses temos feito muitas experiências e trabalhado muito. Eu acredito que eles possam ir à final. Porque eles merecem isso”, disse o técnico italiano. Anastasi sabe da dificuldade que irá encontrar diante dos atuais bicampeões e já adota um discurso mais de apelo psicológico. “Temos que jogar em alto nível contra o Brasil. Temos que jogar com o coração e com determinação, porque não somos perfeitos. Vai ser uma verdadeira batalha”.

O comandante italiano disse que não há mais ajustes táticos e técnicos a se fazer agora. E, de fato, esta também não é maior preocupação do Brasil. O técnico Bernardinho enfatiza os benefícios de dois dias sem jogos para a recuperação física de seus jogadores. “Vai ser bom para recarregar a bateria e ir 100% para a semifinal”, explicou.

Esta é a primeira vez que o Brasil tem dois dias seguidos de folga sem ter que fazer deslocamento. E a parte física tem recebido atenção especial da comissão técnica verde-amarela. Após a vitória em cinco sets contra a República Tcheca, a maioria dos titulares ficou sem treinar com bola e recebeu massagem. O levantador Bruninho fez parte da atividade, enquanto o líbero Mário Júnior foi o único a participar da prática.

A preparação não é a única coisa que difere entre as seleções. O discurso também é bem distinto. Os italianos adotam postura mais diplomática e alguns até disseram que preferiam não enfrentar o Brasil. Crítico ao regulamento, o time verde-amarelo foi para o outro lado. Depois de insinuar favorecimento aos anfitriões, a equipe de Bernardinho foi quase unânime na escolha do adversário na semifinal: a Itália. O oposto Leandro Vissotto foi além e falou de discriminação com os brasileiros.

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