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Grupo de dança se apresenta no Palalottomatica, em Roma, no intervalo de jogo

07/10/2010 - 14h05

Mundial ignora sensualidade, faz shows sem apelo, mas promete auge nas finais

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

Shorts minúsculos, tops e a maior parte do corpo de lindas mulheres descoberta passam longe do Campeonato Mundial de vôlei. Os famosos números para entreter o público ignoraram o lado sensual até aqui. São dez sedes em competição disputada desde o dia 25 de setembro na Itália e todas priorizaram shows locais e sem grande apelo. A promessa, no entanto, é de ápice neste fim de semana em Roma nas disputas das semifinais e da decisão.

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    Grupo apresenta coreografia ao som de Shakira,
    de música tema da Copa do Mundo de futebol

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    Ginasta também participa do intervalo dos jogos

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    Narrador Pietro Di Alessandri ajuda a escolher atrações e tem repertório próprio para partidas

As apresentações adolescentes devem dar lugar a cheerleaders e até a um curto musical. “O melhor grupo de dançarinas da Itália vai vir de Milão para Roma para a fase final. Deixamos o melhor para o fim”, explicou Pietro Di Alessandri, narrador dos jogos no ginásio Palalottomatica e um dos responsáveis pela escolha das atrações junto com o Comitê Organizador.

Enquanto aguardava o início de uma partida ou a troca de lado das equipes em intervalos de sets, o público assistiu a shows de dança de rua, apresentação de jovens ginastas e dançarinas adolescentes que faziam sua coreografia ao som de Shakira. Nada que animasse muito os presentes. Nem a ajuda do simpático mascote Volly emplacava palmas espontâneas.

O trabalho, então, fica por conta de Di Alessandri. “Essa é a minha missão. Tenho que fazer com que as pessoas se envolvam e sintam o jogo”, disse. O italiano, que também é árbitro de vôlei e trabalha como agente de viagem, atua como narrador desde 1998. A carreira em jogos internacionais começou em 2004 na fase final da Liga Mundial. “O Brasil foi campeão e Giba jogou muito bem. Me lembro perfeitamente”.

Embora demonstre ser um apaixonado por vôlei, Di Alessandri se atrapalhou na hora de falar o nome dos jogadores da Itália. Vermiglio, Mastrangelo e Fei eram os mais fáceis. Mas o narrador teve que consultar o material oficial do Mundial para anunciar outros jogadores menos badalados. “Não, eu amo o vôlei. É que é muita emoção de estar no ginásio com mais de 10 mil pessoas”, justificou.

O narrador revela que, mesmo gostando, estuda os jogadores antes das partidas para evitar saias justas. Além de enaltecer a Azzurra, Di Alessandri sempre pede aplausos aos adversários, mas nem sempre é atendido. Na primeira partida do Brasil em Roma – após a polêmica derrota para a Bulgária que colocou a seleção em chave mais fácil – ouviu vaias. “Foi difícil. Eu sabia que não teriam aplausos. Os amantes do vôlei ficaram bravos e chateados com o que o Brasil fez”, falou.

E o animador já espera novas vaias no sábado. A seleção brasileira é adversária da Itália na semifinal do Mundial, às 16h (horário de Brasília). “Desta vez não vai ter como. É como uma Roma x Lazio aqui. Ou Flamengo x Fluminense no Brasil ou São Paulo x Santos”, comparou.

Para colocar o público em sintonia com a partida, Di Alessandri escolhe a dedo um repertório particular. “O Volare [de Gipsy Kings] criou uma identificação muito boa. As pessoas se sentem mais próximas à seleção”, falou. O auge é no refrão que diz: “Volare, oh, oh. Cantare, oh, oh, oh, oh. Nel blu, dipinto de blu. Felice de stare lassù. (Voar. Cantar. No céu pintado de azul. Feliz por estar lá em cima)”.

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