UOL Esporte Vôlei
 
07/10/2010 - 16h45

Rivalidade ganha novo capítulo, mas Brasil evita nova polêmica com italianos

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

A rivalidade entre Brasil e Itália só foi apimentada desde o início do Campeonato Mundial de vôlei. Às vésperas do clássico pela semifinal, o entrevero ganhou novo capítulo com problemas de agenda de musculação. Mas, desta vez, a equipe verde-amarela evitou nova polêmica e minimizou episódio com os anfitriões da competição nesta quinta-feira.

EPISÓDIOS QUE ACIRRARAM RIVALIDADE

Antes mesmo do embarque, os jogadores da seleção brasileira criticaram a fórmula e disseram que era para beneficiar a Itália
O italiano Maurizio Latelli treinou com a seleção brasileira para render o doente Marlon. O jogador foi chamado de traidor, mas a federação italiana negou punição e falou em "laços de amizade" com o Brasil
Auge da revolta contra o regulamento ocorreu após a Rússia perder de virada para Espanha. O Brasil voltou a criticar o regulamento e citou a Itália.
Depois do técnico Bernardinho dizer que a imprensa italiana estava encobrindo o regulamento, jornal Gazzeta dello Sport fez um pequeno editorial criticando o treinador
Em jogo em que nenhuma seleção precisava vencer - ambas estavam classificadas -, o Brasil improvisou um atacante no lugar do levantador e perdeu jogo feio para a Bulgária, que só usou reservas e nem relacionou levantador e líbero titulares. A torcida vaiou, gritou "palhaçada", pediu dinheiro de volta e jogou objetos na direção dos brasileiros
Imprensa italiana volta a pegar pesado. Publicou nota com destaque para o fato do oposto Théo ter jogado de levantador, mas não colocou nenhuma frase de Bernardinho ou Giba. Ainda teve coluna do ex-jogador e agora jornalista Andrea Zorzi sobre o assunto
Alvo da ira da torcida em Ancona após a polêmica derrota para a Bulgária, o Brasil disse não temer a hostilidade excessiva do público.
O clássico começou antes mesmo da Itália se classificar. Ao assegurar vaga na semifinal, o Brasil expôs seu desejo de encontrar os anfitriões. Vissotto foi além e falou em discriminação aos brasileiros.

O site da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) informou que a Itália decidiu fazer musculação no único horário em que a academia estava reservada e que seria do Brasil. Com o impasse, o preparador físico José Inácio Salles Neto foi procurar outro espaço para o trabalho físico.

“Há males que vem para bem. Achamos outro lugar melhor e fomos muito bem recebidos”, minimizou Zé Inácio para evitar mais uma polêmica com os italianos. A CBV, inclusive, retirou do ar parte da nota que informava o imbróglio.

O texto apresenta uma subdivisão com o título: “Os absurdos na Itália”. Abaixo explica que no treino de quarta-feira a organização do Mundial deixou a desejar e que o Brasil fez as atividades com parte da iluminação do Palalottomatica apagada.

A rivalidade foi acirrada desde antes do início da competição. No embarque, a seleção brasileira disse ao UOL Esporte que o regulamento beneficiava a Itália. Já no país europeu, as críticas ao regulamento só aumentaram. Diante do cenário, a equipe de Bernardinho revelou o desejo de encontrar com a Itália na semifinal, fato que irá acontecer no sábado, às 16h (horário de Brasília).

Os italianos adotaram um discurso mais polido e até revelaram que não gostariam de enfrentar o time verde-amarelo. Somente o oposto Fei destoou. Ele elogiou o rival, mas disse que não era o “Brasil de Ricardo [levantador] e Gustavo [central]”, em referência aos ex-companheiros de Treviso.

A seleção brasileira também foi alvo da imprensa e da torcida italianas. Após a polêmica derrota por 3 a 0 para a Bulgária, que colocou o Brasil em chave mais fácil na terceira fase, os europeus não pouparam críticas à equipe de Bernardinho.

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