UOL Esporte Vôlei
 
08/10/2010 - 17h17

Brasileiros intensificam clausura espontânea pré-clássico e largam videogame

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

Dois jogos a cada três dias e folgas com deslocamento. Esta foi a realidade da seleção brasileira masculina de vôlei nos últimos 15 dias na Itália. O desgaste dos jogos e das viagens faz com que a equipe adote uma clausura espontânea. Em momento decisivo do Campeonato Mundial, o ‘isolamento’ foi intensificado. O videogame foi abandonado, mas o elenco ainda busca formas de relaxar sem perder o foco na semifinal contra a Itália, às 16h (horário de Brasília) do sábado.

“Tudo o que a gente não consegue é relaxar, ficamos com o foco totalmente voltado para a partida. A adrenalina te deixa acesso. A gente tenta evitar que ela seja excessiva, mas é impossível não ter. Estamos acostumados e nada muda na nossa rotina”, disse o capitão Giba.

Nos dois dias que antecederam a semifinal deste sábado a seleção teve pela primeira vez sequência de folgas sem deslocamento, já que está em Roma desde no início da semana. Alguns jogadores estiveram em centros de compras e ganharam um jantar em restaurante brasileiro. “Foi bom voltar a comer arroz e feijão depois de mais de 20 dias”, falou Dante.

Mas este é o máximo da fuga da clausura escolhida por eles próprios. E Roma foi a cidade que eles mais saíram da rotina. Sedes do Brasil na primeira e segunda fases do Mundial, Verona e Ancona foram municípios pouco explorados pelos brasileiros. “O máximo que a gente faz é ir para lojas de eletrônicos comprar jogos novos. Ficamos meio enclausurados. Jogamos videogame, ficamos na Internet, vemos filmes e seriados e conversamos”, contou Lucão.

O central revelou que deixou o videogame de lado nos últimos dias. Lucão, aliás, vinha sendo um dos destaques. “Eles compararam um jogo de tocar bateria, guitarra. O João Paulo, Lucão e Théo formam uma banda legal”, divertiu-se Murilo. O QG dos adeptos do videogame é o quarto de João Paulo Tavares.

Sem os jogos, Lucão recorre aos episódios do seriado House para tentar relaxar antes da semifinal contra a Itália. “Eu brinco o tempo inteiro e isso não muda. Claro que vou ficar pensando em o que fazer no jogo, mas vou descansar, falar com a família. Ontem acabei com a primeira temporada de House e vou continuar hoje [sexta]”, disse. Murilo e Bruninho também são adeptos às séries, mas também não dispensam algum tempo na Internet.

O levantador fica no máximo duas horas no computador. Murilo aproveita a Internet para falar com a mulher Jaqueline, ponteira da seleção feminina, e com o irmão, o central Gustavo. “A minha mãe não tem jeito. Ela não consegue mexer e nos falamos mais pelo telefone”, contou.

Enquanto permanecem na Internet, eles aproveitam para postar mensagens no Twitter. “É uma forma da gente se expressar, mostrar o que está sentindo e de alguma forma receber o apoio e o carinho. A gente também consegue dizer o que está acontecendo aqui”, falou Bruninho.

A clausura é tão grande que os jogadores dão grande importância para a Internet nas viagens. “Hoje é a primeira coisa que a gente quer saber. Não importa se o hotel é bom, o que importa é a conexão”, explicou Rodrigão. O central e a equipe brasileira, aliás, sofreram bastante em Verona. A rede do hotel era instável e eles ficaram duas noites sem acesso à Internet.

Mesmo com as tentativas de relaxamento, não tem como fugir do pensamento na semifinal do Mundial. “Todo mundo fica nervoso. O clássico começou para a gente quando acabou o jogo da Alemanha. É difícil descontrair. A gente encontra com eles [italianos] no hotel, vê o que sai na imprensa, fala com os familiares sobre o jogo. É uma expectativa muito grande, não tem como escapar”, concluiu Murilo.

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