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Max Rossi/Reuters

Rodrigão arrisca com o pé em vitória; atleta disse que já esperava rivalidade

09/10/2010 - 22h23

Clássico tem choro, indicação ao Oscar, provocações e 'fuga' de capitão italiano

Roberta Nomura
Em Roma (Itália)

Um Brasil x Itália para ficar na história. Essa era a previsão dos jogadores antes da disputa da semifinal do Campeonato Mundial de vôlei neste sábado. E foi o que aconteceu. A vitória por 3 a 1 do time verde-amarelo diante de 12.178 pessoas, em Roma, teve de tudo: choro, provocações na rede e na área de entrevistas e a ‘fuga’ do capitão italiano Vermiglio, protagonista do maior desentendimento em quadra.

“Antes de começar o jogo, fiquei emocionado. Lembrei do meu avô, o verdadeiro Vissotto. Pensei nos momentos difíceis que passei e me vi aqui na Itália. Foram quatro anos atuando aqui. A Itália me marcou muito. Sem dúvida, foi um momento especial, muito emocionante”, disse Leandro Vissotto, ao contar que chorou antes do clássico que colocou o Brasil na final do Mundial.

O levantador Marlon também confessou choro. “Eu sabia que depois de tudo o que eu passei, tinha algo bom reservado para mim. Fiquei emocionado. Pela pressão e pela vitória. Fiquei feliz em ter ajudado, principalmente ao Bruninho, e ter conseguido retribuir, com meu desempenho, o carinho de todos”, falou. Após perder as duas primeiras fases do Mundial por causa de uma colite ulcerativa (inflamação crônica intestinal), o reserva está melhor e, mesmo sem ritmo de jogo, entrou no segundo set e deu conta do recado.

E a vitória teve mesmo gosto especial. As polêmicas de bastidores esquentaram ainda mais a rivalidade entre os campeões dos últimos cinco mundiais – Itália (1990, 1994 e 1998) e Brasil (2002 e 2006). E a expectativa era de provocações na rede. O clássico no Palalottomatica, em Roma, teve encaradas, comemorações na cara e até discussão. Vissotto e o levantador Vermiglio foram os protagonistas.

“Toda hora ele se jogava no chão. Falei que ele ia ganhar o Oscar por estar encenando daquele jeito. Ele não gostou, falou que eu não era homem e palavras que não vou nem traduzir para não ser grosseiro. E eu retruquei. Disse que tudo bem, mas este jogo ele não ia ganhar. E nós atropelamos”, cutucou Vissotto, destaque da partida com 24 pontos.

Pouco tempo antes, o líbero Mário Júnior passou pela área de entrevistas e não se conteve. Com um sorriso no rosto gritou: “Brasil” e continuou andando. Enquanto isso, seus companheiros contavam os duelos travados na rede. “A gente já esperava isso. O jogo deles contra todo mundo é esse. O Vermiglio nem os italianos gostam dele, imagina a gente”, falou Rodrigão.

Maior protagonista de bate-bocas na rede, Vermiglio passou rapidamente pela área de entrevistas porque foi escolhido para fazer o exame antidoping. O capitão da seleção italiana teria que estar na coletiva de imprensa – protocolo da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) exige a presença de capitães e técnicos. No entanto, o levantador italiano ‘fugiu’ e os jogadores da Itália foram representados pelo oposto Alessandro Fei.

Agora, com o marrento Vermiglio, a Itália disputa o bronze contra a Sérvia às 12h (horário de Brasília) e tenta voltar ao pódio após dois quintos lugares (em 2002 e 2006). O Brasil busca o terceiro título consecutivo em final contra Cuba às 16h (de Brasília).

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