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Ormuzd Alves/Folhapress/Arquivo

Briga entre brasileiras e cubanas na semi olímpica de Atlanta-1996 ficou famosa

06/11/2010 - 15h00

Brasil enfrenta Cuba e tenta evitar provocações de rival histórica

Lello Lopes
Em Nagoya (Japão)

Em 1996, Natália estava no início de sua vida escolar. Sheilla entrava na adolescência. Thaísa nem pensava em ser jogadora de vôlei. Fabi era atacante das divisões de base do Flamengo. A atual geração da seleção brasileira viu de muito longe o ano mais explosivo do clássico contra Cuba. Mas sabe que toda essa rivalidade histórica entrará em quadra neste domingo, às 4h30 (de Brasília), na segunda rodada da segunda fase do Mundial feminino.

Muita coisa mudou nestes 14 anos. Cuba, tricampeã olímpica e bi mundial, deixou de ser uma potência. Já o Brasil finalmente atingiu o topo do mundo ao ganhar o ouro nos Jogos de Pequim-2008. Mesmo assim, a partida contra as caribenhas ainda é encarada de forma especial pelas jogadoras.

“A rivalidade da geração de 96 era maior, mas Brasil e Cuba é sempre um jogo quente. Elas não passam por um bom momento, mas quando enfrentam o Brasil querem sempre ganhar”, disse a oposto Sheilla.

Com a derrota para a Holanda neste sábado, Cuba ficou em uma situação delicada no Mundial. A equipe caribenha vai ter que ganhar todos os três jogos restantes e ainda torcer por uma combinação de resultados para chegar às semifinais. Já o Brasil precisa de apenas mais duas vitórias para garantir a classificação.

“Esse clássico é muito tradicional. E elas vão vir com tudo para cima da gente, já que estão jogando a sobrevivência na competição”, disse a líbero Fabi, jogadora mais velha da equipe brasileira, com 30 anos.

Fabi já era jogadora de vôlei em 1996, quando Brasil e Cuba fizeram dois jogos famosos por brigas na quadra: um na semifinal da Olimpíada de Atlanta e outro na fase decisiva do Grand Prix.

Nestes dois jogos, quem estava em quadra era Yumilka Ruiz. Hoje, a ex-jogadora, considerada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) a melhor atleta da modalidade no século 20, é assistente-técnica da seleção cubana. “Do jeito que ela gosta de uma confusão é capaz dela provocar alguma coisa”, brincou Fabi, sobre o fato de a cubana ficar no banco de reservas.

Para a ponteira Jaqueline, o time de Cuba hoje tem uma das características daquele que infernizou o Brasil nos anos 90: a provocação. “Elas jogam na bola alta, na base da força, com certa provocação. A gente não pode entrar no clima delas em nenhum momento.”

O técnico José Roberto Guimarães acredita que a rixa com Cuba pode deixar a partida mais complicada. “O jogo tem uma rivalidade histórica. Nunca vai ser fácil jogar contra Cuba. A Carcaces está fazendo um bom campeonato, assim com a Sanchez. É um time que a gente precisa tomar cuidado. É uma escola que a gente já conhece. A gente sabe que precisa quebrar o passe delas”, analisou.

A última vez que Brasil e Cuba se enfrentaram foi no Grand Prix de 2008, com fácil vitória brasileira por 3 sets a 0. Mas nos eventos organizados pela FIVB e nas Olimpíadas, as cubanas levam vantagem, com 22 vitórias e 17 derrotas.

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