Jogadoras da seleção brasileira comemoram ponto contra Cuba no Mundial |
Brasil e Cuba fizeram neste domingo um clássico como se esperava: com ataques muito fortes e certa provocação. E o resultado também foi o esperado. Mesmo levando um susto, a seleção brasileira venceu por 3 sets a 1, com parciais de 23-25, 25-20, 25-13 e 25-18, e ficou a uma vitória das semifinais do Mundial feminino de vôlei.
A seleção brasileira sabia que iria enfrentar a provocação de Cuba na partida deste domingo. Por isso, antes do jogo, em uma conversa as jogadoras decidiram adotar uma postura "zen". Resultado: a equipe venceu a partida por 3 sets a 1.
"Elas gritam na cara o tempo todo. Além de jogar vôlei a gente tem que ser zen total. Tem que virar as costas e deixar para lá", disse a meio de rede Thaísa, que marcou 14 pontos contra as cubanas.
Assim, a seleção de José Roberto Guimarães só precisa ganhar de Alemanha ou Estados Unidos, seus próximos adversários nesta segunda fase, para garantir a vaga nas semifinais sem depender de outros resultados. O jogo contra as alemãs será na terça-feira, e contra as americanas, na quarta.
Contra Cuba, histórico rival, o Brasil sofreu com as bolas altas na ponta da ponteira Carcaces. A seleção, entretanto, soube neutralizar a segunda arma das cubanas, os ataques de meio da central Sanchez.
O Brasil também não caiu na provocação das rivais. A levantadora/oposta Cleger falou bastante na rede e chegou a ter a atenção chamada pelo árbitro da partida. As brasileiras evitaram revidar. "A gente combinou que não ia cair nas provocações que elas fizessem", disse a ponteira Natália.
A seleção começou bem a partida, com o bloqueio e o saque funcionando. O Brasil abriu 6-2 no primeiro set antes de sofrer uma pane, principalmente na defesa. Fabi errou recepção, Jaqueline e Thaísa não se entenderam em saques, e Cuba abriu vantagem.
Com um ataque para fora de Sheilla, Cuba abriu 22-14. Mas o Brasil não desistiu. Aproveitando a inexperiência da equipe caribenha, a seleção colocou os nervos no lugar e foi buscar o marcador.
O Brasil chegou a diminuir a diferença para 22-19, mas não conseguiu salvar o set. Um ataque de Palacios marcou 25-23 para as cubanas. Na hora de trocar de lado de quadra, as brasileiras se reuniram e conversaram. "A gente falou que precisava ter mais calma. Pedimos para ter um pouco mais de paciência e parar com os erros", disse a meio de rede Thaísa.
E o papo deu resultado. O Brasil voltou muito mais consistente no segundo set. Os erros diminuíram. Natália, muito bem marcada, começou a achar espaço na defesa cubana. A bola de Sheilla passou a cair mais na quadra adversária. E as jogadas com as centrais Thaísa e Fabiana geralmente terminavam em ponto.
O bloqueio também funcionou melhor. Foi com um ponto de Thaísa no fundamento que a seleção chegou a 16-10. Jaqueline, em mais um grande desempenho, fechou o set em 25-20.
No terceiro set, o Brasil teve o seu melhor desempenho. Um bloqueio de Sheilla fez a seleção ficar com confortáveis 17-9 no placar. Jaqueline, com um belo bloqueio, fechou a parcial em 25-13.
No quarto set, a seleção entrou em quadra desligada. O primeiro ponto foi de Cuba por causa de erro de formação. As caribenhas ainda marcaram em uma falha de recepção e dois ataques para fora, chegando ao tempo técnico com 8-3. O Brasil, mais uma vez, mostrou poder de reação, marcando seis pontos seguidos e virando a partida com um bloqueio de Natália. Depois, não deixou mais a liderança até fechar o jogo em 25-18 após erro de saque cubano.
"Aos poucos a gente foi buscando espaço na defesa de Cuba para atacar e contra-atacar. Principalmente a partir do segundo set usamos mais os ataques de meio. Ponto a ponto fomos construindo a vitória", analisou o técnico José Roberto Guimarães.
BRASIL Fabíola e Sheilla, Jaqueline e Natália, Thaísa e Fabiana, Fabi. Entraram: Dani Lins, Joycinha e Sassá. Técnico: José Roberto Guimarães CUBA Silie e Cleger, Carcaces e Palacios, Sanchez e Giel, Arredondo. Entraram: Santos e Castañeda. Técnico: Juan Gala Rodriguez |
POPULAR A torcida gritou bastante o nome do técnico brasileiro José Roberto Guimarães na entrada das seleções em quadra | FORA DE CONTEXTO A torcida Gaviões da Fiel fez gritos de guerra do Corinthians durante o jogo e falou em 'matar porco e Independente' |
ESPECTADORAS Depois da vitória, as jogadoras da seleção ficaram no ginásio para assistir ao duelo entre Itália e Estados Unidos | EXPULSAS Camila Brait e Carol Gattaz, que assistiam ao jogo junto com a comissão técnica, foram obrigadas a ir para as arquibancadas |
FABÍOLA Variou bem as jogadas, principalmente quando Natália foi marcada. Teve atuação consistente no bloqueio e no saque | SANCHEZ Meio de rede cubana falhou tanto na defesa quanto no ataque. Deixou a oposta Carcaces jogando sozinha | ||
FABIANA Foi a principal atacante do Brasil. Encontrou enorme facilidade em converter em ponto as jogadas de meio | PALACIOS Cometeu muitas falhas no passe e pouco produziu no ataque, marcando apenas oito pontos |
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas