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Alexander Demianchuk/Reuters

Atual campeão olímpico, Brasil busca inédito título mundial para ratificar a hegemonia

11/11/2010 - 12h00

Presidente da CBV diz que comercialmente domínio brasileiro é ruim para o vôlei

Lello Lopes
Em Tóquio (Japão)

Na segunda-feira, o chinês Jizhong Wei, presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), disse que o domínio do Brasil no cenário internacional era ruim para o voleibol. Nesta quinta, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, concordou em parte com a afirmação. Mas deixou claro que isso não é problema do Brasil.

DOMÍNIO DO BRASIL NÃO É BOM PARA O VOLEIBOL, AFIRMA PRESIDENTE DA FIVB

  • Max Rossi/Reuters

    O domínio do Brasil no vôlei masculino não é bom para o esporte. A afirmação é do chinês Jizhong Wei, presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) na última segunda-feira.

    A seleção brasileira conquistou em outubro o tricampeonato mundial (2002, 2006 e 2010), na Itália (foto). Ninguém mais venceu a competição na década e a equipe comandada por Bernardinho ainda soma um ouro (Atenas-2004) e uma prata (Pequim-2008) olímpicas.

“Se não é bom para ele, para mim é ótimo. Ele é um bom sujeito. Comercialmente falando ele tem razão. É que nem na praia, onde há mais de 15 anos você tem Brasil contra Brasil nas finais. Os promotores ficam desesperados. As televisões ficam desesperadas. Aí eles ficam criando regras, tipo “country quota”, para impedir que mais brasileiros venham jogar”, disse Ary Graça.

O cartola está em Tóquio como observador da FIVB. Nesta quinta, ele aproveitou para visitar a seleção brasileira no treino que as meninas fizeram de reconhecimento do Yoyogi National Stadium, local das finais do Mundial.

Após a declaração do presidente da FIVB, Graça disse estar tranquilo sobre o tratamento dado para o Brasil nos campeonatos. “Apesar de tudo isso, eles não estão fazendo nada contra a gente, nem no masculino, nem no feminino. Só fizeram aquele regulamento ridículo lá na Itália”, disse o dirigente, lembrando do Mundial masculino vencido pelo Brasil no mês passado. Na ocasião, a equipe criticou duramente o regulamento, que ajudou a anfitriã Itália e abriu brechas para “marmeladas”.

Mesmo assim, o cartola brasileiro decidiu ir ao Japão para fiscalizar o trabalho nos bastidores do Mundial. “Esse problema de bastidores é um problema sério. Eu estou com muitas esperanças nesse time feminino, mas no Japão tem alguns problemas, principalmente com os bandeirinhas. O que eu fiz? Em vez de vir como torcedor, vim como profissional. Eu me coloquei na comissão de controle para ficar sabendo de tudo o que se passa. Não estou dizendo que alguém vai fazer alguma coisa errada, mas se fizer não vou deixar”, afirmou.

No sábado, na semifinal do Mundial feminino, o Brasil enfrenta justamente o Japão. O jogo está marcado para começar às 7h (de Brasília). Para Ary Graça, a seleção não precisa se preocupar com a arbitragem.

“A arbitragem está excelente, estou admirado. Há muitos anos não vejo uma arbitragem tão boa. Espero que continue assim e não façam uma brincadeirinha no jogo Brasil e Japão e nem em Brasil e Rússia”, disse o dirigente, já prevendo na final uma repetição do jogo que decidiu o Mundial passado, disputado em 2006. 

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