Oposta Sheilla (e) é uma das seis remanescentes da final do Mundial de 2006 (foto) |
Quando entrar em quadra no Yoyogi National Stadium, em Tóquio, às 7h (de Brasília) deste sábado para enfrentar o Japão nas semifinais do Mundial feminino de vôlei, metade da seleção brasileira vai viver um déjà vu. Há quatro anos, seis jogadoras e o técnico José Roberto Guimarães também estavam no Japão decidindo o Mundial.
Mundial de 2006 | Mundial de 2010 |
Primeira fase 3 x 0 Porto Rico 3 x 0 Kazaquistão 3 x 2 Holanda 3 x 0 Estados Unidos 3 x 0 Camarões | Primeira fase 3 x 0 Quênia 3 x 2 Rep. Tcheca 3 x 0 Holanda 3 x 0 Porto Rico 3 x 0 Itália |
Segunda fase 3 x 0 Azerbaijão 3 x 2 China 3 x 0 Alemanha 3 x 1 Rússia | Segunda fase 3 x 0 Tailândia 3 x 1 Cuba 3 x 0 Alemanha 3 x 1 Estados Unidos |
Semifinal 3 x 1 Sérvia | Semifinal Brasil x Japão (sábado) |
Final 2 x 3 Rússia | Final ??? |
Na ocasião, em Osaka, o Brasil derrotou a Sérvia nas semifinais, mas perdeu a decisão para a Rússia por 3 sets a 2, com uma virada no finalzinho do tie-break. Daquele time ainda estão na seleção as centrais Fabiana e Carol Gattaz, as ponteiras Sassá e Jaqueline, a líbero Fabi e a oposto Sheilla.
De acordo com José Roberto Guimarães, a principal diferença entre os dois campeonatos é a condição física da seleção brasileira. Em 2006, o time sofreu com lesões. A levantadora Fofão e a central Fabiana jogaram a fase final no sacrifício. Agora, apenas Sheilla apresenta uma leve lesão nas costas, que não a impede de atuar.
“Agora é uma história diferente, o clima é diferente. Graças a Deus a gente só tem esse pequeno problema com a Sheilla. Ali a gente estava com um problema sério com a Fabiana e com a Fofão. Passamos também por dez partidas com uma dificuldade muito grande. Fizemos 3 a 2 com a China e 3 a 2 com a Holanda saindo perdendo os dois jogos. Esse campeonato eu estou mais tranquilo em relação à integridade das jogadoras. Acho que elas estão bem, não temos problemas físicos tão fortes como nós tínhamos. Espero que isso continue até o final”, disse Zé Roberto.
A confiança do time também mudou. Depois daquele Mundial, a seleção conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim. Isso fortaleceu ainda mais o grupo.
Jogadora mais velha da atual equipe, Fabi tenta passar para as novatas algumas dicas de como é jogar uma fase decisiva de Mundial. “O sistema da competição foi praticamente igual. A gente procura conversar para tentar passar algumas coisas que já viveu. Tomara que a gente consiga ajudar nessa parte de conversar, prevenindo alguma coisa que possa vir a acontecer”, disse.
Mesmo não tendo participado da fase decisiva do Mundial de 2006, as outras jogadoras têm experiência em finais com a seleção, seja no Grand Prix ou nos Mundiais das categorias de base.
“Eu estou meio cascuda de final. Não de final tão importante como essa, mas de Superliga, de Mundial juvenil, de Grand Prix, todas essas coisas. É uma novidade em parte. É novidade desse campeonato, mas de finais a gente está bem cascuda”, disse a meio de rede Thaísa, que esteve no grupo campeão olímpico dois anos atrás.
Titular em 2006 e capitã da atual equipe, Fabiana tem uma dica para o Brasil encarar a fase decisiva do Mundial. “Temos que jogar com alegria e motivação. Isso é o mais importante. A alegria desenvolve o restante de tudo.”
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