UOL Esporte Vôlei
 
13/11/2010 - 14h33

Barulho da torcida japonesa atrapalha brasileiras em quadra

Lello Lopes
Em Tóquio (Japão)

A torcida japonesa cumpriu o seu papel na semifinal do Mundial feminino de vôlei. Com muito barulho nas duas horas e vinte minutos da partida, os torcedores incentivaram o time local e atrapalharam a comunicação brasileira em quadra. O único momento de silêncio foi após a cortada de Fabiana que definiu a vitória do Brasil por 3 sets a 2.

“É muito barulho. Às vezes a gente quer falar uma com a outra e você não escuta o que a outra fala. A gente não entende nada o que eles (torcedores) falam, só o barulho que dá uma irritada”, conta a ponteira Natália.

Responsável por organizar as jogadas de ataque do Brasil, a levantadora Fabíola também se atrapalhou um pouco com a barulheira provocada pelos japoneses. “Não dava pra ouvir direito o que as meninas falavam. É muito barulho, a torcida vibrando muito, o ginásio lotado, você não consegue se comunicar, por isso fica o tempo todo gritando”, disse Fabíola.

Capitã da seleção, a meio de rede Fabiana diz que consegue abstrair o que acontece fora das quatro linhas. “Deu pra ouvir. O Zé (Roberto Guimarães, técnico da seleção) está sempre ali ajudando, falando onde estão saindo mais jogadas, as opções que a gente tem. Pelo menos para mim, mesmo com todo esse barulho, dentro da quadra eu consigo escutar minhas companheiras, o Zé e os assistentes técnicos. Esse barulho não me incomoda. Não atrapalha muito.”

Pelo menos em uma coisa as jogadoras concordam: conseguiram escutar Zé Roberto gritando ao lado da quadra. O treinador passou o tempo todo “narrando” as jogadas para a seleção brasileira. “Dá para ouvir o Zé porque ele tem a voz alta, tem uns gritos altos”, diz Natália.

“O Zé a gente sempre escuta”, completou Fabíola, que levou uma bronca do treinador no final do primeiro set. “Isso faz parte, acontece no jogo. Ele me chama a atenção todo o tempo. Ele tem essa liberdade por ter sido levantador. Ele quer meu bem, quer me ajudar, e naquele momento me fez abrir os olhos para uma outra situação que eu não estava vendo.”

Sem perder a voz, Zé Roberto disse que não se incomodou com o barulho dos japoneses. E continuou “narrando” o jogo normalmente. “Apesar da agitação toda deu para falar, deu para atacar junto, defender junto, cobrir. O que eu cobri de bola hoje foi um absurdo”, brincou o técnico.

Neste domingo, na final contra a Rússia, as brasileiras vão poder conversar bastante. O jogo está marcado para começar às 8h30 (de Brasília), depois da partida entre Japão e Estados Unidos válida pela disputa do terceiro lugar.

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