UOL Esporte Vôlei
 
13/11/2010 - 11h57

Brasil aponta parada entre sets como chave para a vitória

Lello Lopes
Em Tóquio (Japão)

Uma curiosidade do regulamento do Mundial deu ao Brasil a chance de virar a partida contra o Japão. Nos jogos das donas da casa, existe um intervalo de dez minutos entre o segundo e o terceiro sets. Foi nesse período que a seleção colocou os nervos no lugar e conseguiu a vitória por 3 sets a 2, que garantiu a vaga na final contra a Rússia.

Nos dois primeiros sets do jogo o Japão dominou o Brasil. A seleção sofreu para marcar as atacantes Ebata e Saori, além de não conseguir colocar a bola no chão por causa da eficiente defesa japonesa.

Após a conversa no intervalo prolongado, o time mudou de atitude. Foi ao mesmo tempo mais tranquilo e vibrante. Contando com a entrada de Sassá no lugar de Jaqueline, a seleção achou uma brecha na defesa japonesa obteve a vitória de virada.

 “Esses dez minutos foram bons porque a gente conseguiu respirar. A gente falou: “treinamos tanto e nos esforçamos tanto para esse momento. Cada ponto vale ouro, então vamos com tudo. O nosso momento é agora de dar uma de doida, de gritar, vibrar e colocar tudo para fora””, disse a meio de rede Fabiana, capitã da seleção brasileira.

A jogadora foi um dos pilares na virada brasileira, com 20 pontos. Fabiana foi bastante acionada nos últimos dois sets do jogo que colocaram a seleção na decisão. “Nos dois primeiros sets a gente estava um pouquinho nervosa, entrando na partida delas. Depois que a gente conseguiu jogar solta, vibrar mais um pouco e ser agressiva, a gente conseguiu mudar a partida completamente”, disse a meio de rede.

A levantadora Fabíola contou que as jogadoras da seleção fizeram no vestiário um pacto para bater as japonesas na semifinal. “Naquela parada a gente determinou que diante de tudo o que a gente passou a gente ia virar o jogo. O grupo está de parabéns.”

Já a ponteira Natália, que fez 23 pontos na partida, afirmou que o Brasil levou o "coração" para a quadra depois da parada ao final do segundo set. "Brasileiro é assim, sempre na base da superação. Naquele tempinho do segundo set pro terceiro a gente falou que batalhou, lutou muito, treinou para caramba durante sete meses para deixar que elas tirassem isso da gente? Isso mexeu por dentro. A gente levou o coração para dentro de quadra e isso motivou."

Para o técnico José Roberto Guimarães, outros fatores influenciaram na virada brasileira. "Não foi só a conversa, foi um momento que o jogo se estabilizou. Quando o time se assentou, as coisas fluíram mais. Acho que o time estava um pouco ansioso no começo do primeiro set, querendo resolver a todo custo. Contra o Japão não pode resolver a todo custo."

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