UOL Esporte Vôlei
 
27/10/2009 - 07h00

Lesões enchem departamento médico, e clubes isentam a seleção

Roberta Nomura
Em São Paulo

O departamento médico da seleção brasileira masculina de vôlei esteve ‘superlotado’ nos últimos meses. Bruninho, Éder, Escadinha, Giba, Lucão e Rodrigão despertaram atenções especiais, mas já estão novamente prontos para defender o combinado nacional na Copa dos Campeões, em novembro. O excesso de lesões preocupa, mas os clubes isentam a comissão técnica de Bernardinho.

DEPARTAMENTO MÉDICO
CBV/Divulgação
Bruninho(levantador)

fratura no osso do punho
CBV/Divulgação
Éder(central)

lombalgia (dor nas costas)
CBV/Divulgação
Escadinha (líbero)

lombalgia (dor nas costas)
CBV/Divulgação
Giba (ponteiro)

lombalgia (dor nas costas)
CBV/Divulgação
Lucão (central)

lesão no ombro
CBV/Divulgação
Rodrigão (central)

contusão
no ombro
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Embora o discurso contrário aos calendários esportivos seja recorrente, o cronograma não é apontado como único vilão no caso das visitas recentes ao departamento médico. Há um consenso entre atletas, médicos, técnicos e dirigentes de que a permanente busca pelo aumento de rendimento faz com que os jogadores cheguem cada vez mais no limite do corpo.

“Não acredito que o calendário venha a influenciar, visto que todos os atletas acabam tendo algum tempo de descanso e o começo da temporada é gradativo. Acredito que a tentativa cada vez mais de aumentar o rendimento, chegando muito perto do limite do nosso corpo, ocasione isso. A nossa função é tentar aumentar tal limite, com trabalhos de fortalecimento, flexibilidade, postura, entre outros”, explicou Álvaro Chamecki, um dos médicos da seleção brasileira.

No período de intertemporada, os jogadores convocados por Bernardinho disputaram a Liga Mundial – que ao longo de mais de um mês de duração fez a equipe viajar bastante – e o Sul-Americano, ambas as competições vencidas pelo Brasil, além de amistosos contra os Estados Unidos. E o calendário verde-amarelo de 2009 termina no Japão, com a disputa da Copa dos Campeões entre os dias 18 e 23 de novembro.

“A gente tem que estar jogando, mesmo quando volta para o clube e não está preparado fisicamente. E temos que jogar ao máximo pelos clubes, porque eles que pagam os nossos salários As pessoas querem ter as estrelas da seleção. Isso aí tem um ponto que atrapalha, mas tem que acostumar. A dosagem na seleção, como nos clubes, sacrifica, mas em nenhum momento tem sobrecarga. Não arrisca, todos têm total liberdade para conversar”, revelou o levantador Bruninho, titular da Cimed e da seleção.

Os patrocinadores querem a presença de seus principais atletas nos clubes, mas não pressionam para vê-los dentro de quadra, segundo dirigentes e técnicos. “Não posso dizer pelos outros, mas meu patrocinador aqui tem cinco jogadores na seleção e ele gosta. O calendário da FIVB [Federação Internacinal de Voleibol] é muito extenso e sabemos que não podemos ter os jogadores em certo período, mas o importante é que estejam na seleção. E nós trabalhamos muito afinados com a seleção”, disse o gerente de marketing esportivo da Cimed, Renan Dal Zotto.

“A relação com o patrocinador varia de clube para clube. A gente sempre teve uma relação positiva. Mas é importante que os clubes passem o calendário e que os patrocinadores sejam bem informados. Por mais que queiram ver seus atletas defendendo os clubes, eles também ganham em exposição com os atletas na seleção”, opinou Rubinho, técnico do Brasil Vôlei e assistente de Bernardinho na equipe nacional.

Mesmo com trabalhos preventivos, não foi possível evitar os problemas médicos. Das recentes lesões, quatro despertam atenção especial do departamento médico. “A principal preocupação são as lesões por sobrecarga, como tendinites na região do joelho ou ombro, e as dorsalgias e lombalgias [dor nas costas]. Quanto as lesões traumáticas, as mais comuns são os entorses de tornozelo e fraturas nos dedos das mãos”, esclareceu Chamecki.

Líbero do Brasil Vôlei e da seleção, Escadinha ficou quatro semanas sem jogar por causa de lombalgia. O jogador de 34 anos retornou no último domingo na primeira partida da série melhor-de-três da final do Campeonato Paulista. “A sequência é complicada. Com tanto treino e jogo, precisa dar uma parada. Eu acabei ficando fora e quando voltei a treinar machuquei o calcanhar. Senti também falta de ritmo de jogo [na vitória por 3 a 0 sobre o Sesi-São Paulo].”
 

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