26/11/2009 - 07h05

Novo fim de dupla faz Harley repensar o planejamento até Londres-2012

Paula Almeida
Em São Paulo

Além de ser escolhido pela 2ª vez consecutiva como o melhor jogador do mundo, Harley ainda foi eleito como o mais inspirado do Circuito Mundial

Virou rotina. O brasiliense Harley já se acostumou com uma sucessão de fatos ao longo de suas temporadas: vai muito bem no Circuito Mundial de vôlei de praia, bem no Circuito Nacional, ganha o título de melhor jogador do mundo e acaba ficando sem parceiro. Foi assim em 2008, quando viu Pedro Solberg mudar de dupla, e se repetiu em 2009, com Alison optando por formar um time com Emanuel.

Na véspera de disputar a última etapa do ano em Salvador, neste final de semana, Harley já volta suas atenções para 2010. Após ser campeão brasileiro, vice-campeão mundial e garantir o título de melhor atleta do mundo, ele terá que mais uma vez iniciar um novo planejamento, desta vez com o capixaba Billy.

“Vou tentar ir bem no próximo ano, mas isso se eu não ficar sem parceiro novamente”, brincou Harley em entrevista ao UOL Esporte.

Ainda disposto a disputar os Jogos Olímpicos de Londres-2012, o brasiliense, que antes queria formar uma equipe e montar um planejamento de quatro anos, agora prefere pensar em temporada por temporada. “Eu quero ir para a Olimpíada. Vou lutar pra isso. O Billy é superfocado, um cara que gosta de treinar, e isso é legal. Então eu vou tentar que [a vaga olímpica] seja com ele”.

Apesar de ter de enfrentar as mesmas mudanças mais uma vez, Harley avisa que não está magoado com Alison. “Quando fiquei sabendo, fiquei triste, mas o título de melhor do mundo veio pra me alegrar um pouco”, disse o jogador. “Ele me avisou com um pouco de antecedência, e isso foi bom pra eu me programar. Agora vamos jogar até o final do ano, somos campeões brasileiros, ganhamos as últimas seis etapas. Da minha parte não ficou mágoa nenhuma”.

Mas apesar de aceitar a decisão de Alison, Harley revela uma decepção pela opção do parceiro. “Se ele acha que deve jogar com outra pessoa, é uma opção dele. Mas eu ficaria junto. Hoje, a gente forma a dupla mais forte do Brasil e uma das mais fortes do mundo. Não fomos campeões do Mundial por um detalhe”, avaliou. “Ficar sem parceiro é uma coisa meio normal no vôlei de praia, eu só não entendo muito esses acontecimentos, afinal, em time que está ganhando não se mexe. Se fosse um problema pessoal, se ele saísse para formar um time muito melhor, eu entenderia, mas eu não acho que seja o caso”.

Com o fim desta e de pelo menos outras três duplas já confirmado, o que se projeta para 2010 é um cenário brasileiro totalmente diferente do que se viu neste ano. A próxima temporada terá Ricardo/Pedro Solberg, Alison/Emanuel, Billy/Harley, Thiago/Pedro Cunha, Márcio/Fábio Luiz e Franco/Nalbert, entre outros times. E o que esperar então? Para Harley, nenhuma previsão pode ser feita.

“É difícil falar. O Márcio e o Fábio têm um grande time, é bom estar junto há bastante tempo, fazendo um trabalho a longo prazo. Eu quero isso pra mim um dia, ter a minha equipe, fazer tudo certinho. Mas quanto às outras duplas... é difícil, são grandes jogadores que se juntam. Tudo vai depender dos resultados. No vôlei de praia, tem que ter muita afinidade, tanto dentro quanto fora da quadra. Quem estiver mais estruturado, vai levar”, sentenciou o atual campeão brasileiro.