UOL Esporte Vôlei
 
02/12/2009 - 07h01

Sem patrocínio para transporte, clubes começam Superliga "no vermelho"

Rafael Krieger
Em São Paulo
  • Terceiro colocado na última Superliga, Cruzeiro está sem verba para viajar nesta edição

    Terceiro colocado na última Superliga, Cruzeiro está sem verba para viajar nesta edição

Enquanto a seleção masculina de vôlei conquistava a Copa dos Campeões no Japão na semana passada, uma notícia aqui no Brasil ameaçou o andamento da Superliga, lançada na última segunda-feira com o status de maior de todos os tempos. Dias antes do começo do campeonato, a patrocinadora que bancava viagens e estadia dos times saiu de cena, e com ela foram embora R$ 3,8 milhões de investimento.

Antes disso, a empresa CVC chegou a manifestar o interesse de renovar o contrato, ao final da última Superliga. Um novo acordo foi esboçado com os clubes e a CBV, mas acabou não vingando. O patrocinador avaliou que o campeonato de vôlei já não fazia parte de sua estratégia de marketing.

Para evitar uma crise e amenizar o impacto no orçamento das equipes, a CBV vai arcar com parte desses custos. A entidade vai pagar 13 passagens aéreas toda vez que um time tiver que se deslocar para jogar - número que serve apenas para os jogadores e o técnico. Outras despesas, incluindo estadia e transporte terrestre, serão de responsabilidade dos clubes, até que a confederação arrume um novo parceiro.

O caso do Sada/Cruzeiro é o mais preocupante. O time vai jogar contra a Cimed em Florianópolis no jogo de abertura da Superliga, nesta quinta-feira, a partir das 18h30 (de Brasília). Terceiro colocado na última temporada, o time mineiro questionou os termos do pré-acordo com a CVC, e acabou ficando de fora do esquema de custeio improvisado pela CBV.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sada/Cruzeiro informou que não foi comunicado e só ficou sabendo através do setor de logística da CBV que seria a única equipe sem direito às 13 passagens aéreas por jogo.

“Foi feito contato com a confederação, mas não houve resposta. Por enquanto estamos arcando com tudo, mas lamentamos profundamente tudo isso, porque só temos um patrocinador”, comentou a representante Andréia Santos.

PRIMEIRA RODADA DA SUPERLIGA - 03/12

18h30 - Cimed x Sada/Cruzeiro
19h - Montes Claros x Sesi/SP
19h - Brasil Vôlei x Pinheiros
19h - Volta Redonda x Santo André
19h30 - Álvares/Vitória x Ulbra/São Caetano
20h - Soya/Blumenau x Vivo/Minas
20h - Upis/Brasília x Vôlei Futuro
20h30 - Cuiabá x Lupo/Náutico

O UOL Esporte questionou a CBV sobre o assunto, mas a entidade não quis comentar: “Não emitimos ainda nenhum comunicado oficial com relação a qualquer desdobramento dessa questão. Se tivermos algo para divulgar sobre o assunto, toda a imprensa receberá nosso comunicado”, informou em nota.

A CBV ainda não recebeu nenhum pedido de desistência, até porque, segundo o regulamento da competição, a equipe que abandonar o torneio “estará automaticamente suspensa por um ano e impedida de participar de qualquer jogo oficial, amistoso nacional ou internacional e responderá pelos prejuízos financeiros que causar”.

Atual campeã, a Cimed descarta a possibilidade de desistência, mas se preocupa com os times de menor orçamento: “Nós vamos conseguir cumprir, mas vamos ter dificuldades. A preocupação é com as equipes novas, que foram convidadas. Espero que todas cumpram o contrato”, declarou o superintendente do time catarinense, Chico Lins.

O dirigente revelou que a Cimed ainda propôs uma mudança de fórmula a fim de baratear os custos, mas as outras equipes não aceitaram. “É uma receita muito importante. Serão R$ 80 mil a mais para disputar a Superliga. Todos têm que ter a consciência de que terão que arcar com esses custos”, encerrou Lins.

A edição de 2009 da Superliga Masculina terá a participação de 17 equipes, sendo seis estreantes. A competição será disputada em dois turnos, onde as equipes se enfrentarão invertendo os mandos de quadra.

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