UOL Esporte Vôlei
 
23/03/2010 - 12h07

Ibirapuera recebe finais da Superliga com volta de cobrança de ingressos

Roberta Nomura
Em São Paulo

A fórmula de final única chega à terceira temporada consecutiva na Superliga de vôlei. E, após ser realizada por dois anos no Rio de Janeiro, a decisão agora será na cidade de São Paulo, no ginásio do Ibirapuera – local que não recebe a disputa pelo título da principal competição nacional desde 2004. A mudança de ares é apenas uma das alterações feitas pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), que ainda optou pela volta da cobrança dos ingressos.

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Ginásio do Ibirapuera receberá final feminina no dia 18 de abril e a decisão masculina em 1º de maio

Nos últimos dois anos, o Maracanãzinho não estava completamente lotado, mas tinham 10 ou 12 mil pessoas e nenhuma das duas equipes [Cimed e Minas, no masculino] eram do Estado. Com certeza vai encher novamente

Bruninho, levantador da Cimed

Para mim, a escolha foi muito boa. Meu time é aqui de São Paulo, eu sou daqui e minha família também. Vai ser muito legal e espero chegar na final

Rodrigão, meio-de-rde do Pinheiros

Como é um ginásio que ninguém treina, acho que não beneficia muito. A diferença é que vai ter mais paulistas para torcer. Mas as dimensões são diferentes de qualquer ginásio

Mauro Grasso, técnico do São Caetano

Acho que ano passado já não deveria ter sido no Rio, para ser feito um revezamento mesmo. O ano que vem tem que ser em Minas Gerais, no Mineirinho. São ginásios que podem fazer com que realmente que se torne uma grande festa

Giovane Gávio, técnico do Sesi

Eu gosto muito de lá. Já joguei pela seleção e o público fica bem perto. Eu acho legal, porque os últimos anos foram no Rio e o público de São Paulo merecia também

Escadinha, líbero do Brasil Vôlei Clube

As entradas ainda não têm valor definido pela entidade. Nos últimos dois anos, os expectadores não pagaram para assistir às finais no ginásio do Maracanãzinho. “Se cobrar caro, eu sou contra, porque o intuito é ter casa cheia. Mas de graça não deve ser. É um espetáculo, uma final de campeonato brasileiro e tem que valorizar o evento”, opinou o técnico Giovane Gávio, do Sesi.

A outra alteração em relação às últimas duas temporadas são as datas das finais, que não serão mais combinadas em um mesmo final de semana. O torneio feminino encerrou sua primeira fase nesta segunda-feira e terá um campeão no dia 18 de abril. Com mais participantes, a competição masculina termina em 1º de maio. A CBV informa que a mudança ocorreu a pedido da emissora que tem o direito de transmissão da Superliga.

A escolha pelo Ibirapuera foi vista com bons olhos por jogadores e técnicos. A última vez que o ginásio paulistano recebeu uma decisão de Superliga foi na temporada 2003/2004, quando abrigou uma das partidas da série melhor de cinco, que terminou com o título do Osasco. “Tem tudo para ser muito bacana. Um ginásio tão tradicional, que já recebeu final de Liga Mundial [1993], merecia um evento como este”, afirmou o levantador Bruninho, da Cimed.

“Só acho complicado por ter muita equipe de São Paulo com chances de chegar à final. E quem tiver a melhor campanha pode ter que jogar na casa do adversário. É algo hipotético, mas que pode causar discórdia na hora”, ressaltou. A Superliga masculina possui sete times paulistas, sendo três apontados como candidatos ao título: Pinheiros/Sky, Sesi e Brasil Vôlei. "Hoje o fator casa não sei se interfere muito no resultado. Os times são muito fortes e equilibrados", discordou Escadinha, líbero da equipe de São Bernardo.

O técnico Luizomar de Moura, do Sollys/Osasco, também comemorou a mudança de local, até porque seu principal rival é carioca. "É a valorização do voleibol paulista. São Paulo vem com grande número de participantes na Superliga nos últimos anos. E a escolha da confederação premia todos os investimentos que o voleibol do Estado faz e ajuda no crescimento da modalidade no Brasil", analisou o atual vice-campeão.

O que mais agradou na decisão foi a possibilidade de fazer um rodízio nas sedes das finais. “Este ano vai ser em uma cidade tradicionalíssima, o que é muito bacana. Claro que eu gosto de jogar no Rio, mas a opção de levar o vôlei para vários lugares é muito interessante”, falou a líbero Fabi, do carioca e atual campeão Unilever (ex-Rexona), em evento de patrocinador.

No entanto, a alternância de Estados para acolher futuras finais da competição não está assegurada pela CBV. "Ainda não sabemos onde será a decisão da próxima temporada. Isso será definido quando o regulamento da próxima Superliga for feito", explicou Renato D'Avila, gerente da Unidade Técnica de Vôlei de Quadra da entidade.

Mesmo aprovada, a escolha pelo Ibirapuera coloca em xeque novamente a final em jogo único. “O ruim é um jogo só. Ainda bato na tecla de que tiraram o melhor do bolo. Isso foi estipulado antes e temos que seguir. Mas se eu pudesse colocaria em melhor de três”, disse Mauro Grasso, técnico do Blausiegel/São Caetano. O treinador, aliás, tem boas recordações do ginásio paulistano, palco da conquista do Mundial interclubes pelo Sadia, em 1991.

“A gente gostaria que a final fosse em três jogos e que a torcida tivesse condições de acompanhar. Eles estiveram junto com a gente durante todo o campeonato, seria importante estar perto na final. Mas a decisão foi tomada antes, sem surpresas, e nós acatamos”, declarou o supervisor do Sada Cruzeiro, Luís Carlos Sales.

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