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Gaspar Nóbrega/VIPCOMM

Equipe de Osasco quebrou a escrita e conquistou o título da Superliga feminina

18/04/2010 - 12h18

Torcida empurra, Osasco quebra escrita contra Unilever e volta a ser campeão

Paula Almeida
Em São Paulo

Demorou, mas veio a revanche. Após perder quatro finais consecutivas de Superliga feminina de vôlei para a Unilever (antigo Rexona), o Sollys/Osasco enfim conseguiu quebrar a escrita neste domingo. Em uma decisão eletrizante disputada nesta manhã no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, as comandadas do técnico Luizomar de Moura tiveram maior equilíbrio ao longo da partida e venceram por 3 sets a 2 (25-23, 18-25, 19-25, 25-13 e 15-12), assegurando seu quarto título na história da competição (levaram também em 2002/03, 2003/04 e 2004/05). 

FINAL ELETRIZANTE NO IBIRAPUERA

  • Bruno Miani/ Divulgação

    Jaqueline levou o prêmio de melhor jogadora da final

  • Thiago Bernardes/ adorofoto

    A Unilever fez grande partida, mas não conseguiu evitar a revanche do time de Osasco neste domingo

  • Gaspar Nóbrega/VIPCOMM

    Carol Albuquerque recebeu a taça das mãos de Ronaldo e festejou o título da Superliga feminina

O resultado veio coroar uma temporada de superação do time paulista, que após perder a final do ano passado, viu seu patrocinador de quase 20 anos abandonar o projeto. Com o apoio da prefeitura da cidade, o time se manteve vivo e ganhou a parceria da Nestlé, que voltou ao vôlei para conquistar seu quarto título (os três primeiros vieram entre 1994 e 1997, com o antigo Leites Nestlé). 

Para a Unilever, fica a frustração de ter perdido o título e os três jogos que fez contra o rival na atual Superliga. A decepção, no entanto, vem em menor escala quando lembradas todas as adversidades pelas quais a equipe passou nesta temporada, entre elas lesões de algumas de suas principais atletas, contestações durante todo o campeonato, uma semifinal dificílima contra São Caetano e o fatídico episódio do Maracanãzinho, quando jogadoras e comissão técnica tiveram de passar uma noite no ginásio, ilhados pelas fortes chuvas que assolaram o Rio de Janeiro. 

Para vencer a final deste domingo, o time de Osasco precisou, antes de tudo, de muita paciência. Após vencer o primeiro set, a equipe paulista praticamente cochilou nas parciais seguintes e cometeu erros bobos que levaram à virada da Unilever. Na quarta etapa, as donas da casa voltaram mais concentradas e, claramente, mais motivadas, convocando a torcida para o jogo e superando a forte defesa montada por Bernardinho. No tie-break, com um equilíbrio mais do que esperado, o Osasco se aproveitou da evolução de Natália, que chamou o jogo e foi o grande nome da vitória. 

A Unilever entrou em quadra com Dani Lins e Joycinha, Érika e Regiane, Fabiana e Carol Gattaz. Entraram ainda Amanda, Camila Adão, Monique e Michelle. O Osasco começou com Carol Albuquerque e Natália, Jaqueline e Sassá, Thaisa e Adenízia. Juliana, Thaís e Ana Tiemi também entraram. 

Toda a renda da final deste domingo foi revertida à compra de 10 toneladas de alimentos, destinados às vítimas das enchentes no Rio de Janeiro. 

O jogo 

Sob um barulho ensurdecedor de ambas as torcidas, a partida começou com um bom saque de Sassá e o posterior ponto de contra-ataque do Osasco. A Unilever não se intimidou, porém, e rapidamente virou com um bloqueio de Dani Lins em cima de Jaqueline (2-1). Após uma troca de pontos, as donas da casa retomaram a vantagem e abriram três pontos (8-5), em uma boa sequência de Jaqueline no saque. Na volta do primeiro tempo técnico, a diferença subiu ainda mais (11-7), com o Osasco aproveitando-se, sobretudo, da recepção instável das cariocas. A Unilever não se entregou e tirou a distância aos poucos, chegando ao empate (23-23), mas o Osasco manteve o ritmo e fechou o primeiro set em um ataque de Natália (25-23). 

BLOG DO JUCA KFOURI

"Este jogo é um dos maiores clássicos do vôlei mundial"

Na segunda parcial, as equipes logo de cara fizeram o que não tinham feito no set anterior: erraram saques, um para cada lado. O Osasco saiu na frente, mas a Unilever assumiu a ponta em um ataque de Érika (3-2) e abriu três de vantagem em seguida (5-2). Luizomar de Moura pediu tempo, mas não adiantou, e as cariocas continuaram abrindo no marcador (9-3). Ana Tiemi entrou no saque e conseguiu comandar uma breve reação das anfitriãs (10-8), mas logo a Unilever abriu de novo (14-8). Luizomar voltou a pedir tempo, mas a equipe carioca não parou e caminhou tranquilamente até o fim da parcial, fechando com 25-18 e empatando a partida. 

Em dois bons ralis, a Unilever abriu 2-0 no início da terceira etapa, mas o empate de Osasco veio em um ace da Adenízia (3-3), e dois ataques de Natália garantiram a virada (6-4). Após um pedido de tempo de Bernardinho, as cariocas retomaram a concentração e a dianteira (8-7). O novo empate veio em um cartão amarelo dado ao assistente Hélio Griner por reclamação, logo após o primeiro intervalo técnico. Com uma bola de xeque de Adenízia, Osasco retomou a ponta, mas a Unilever voltou a virar (11-10) e abriu novamente (16-10). As donas da casa ensaiaram uma reação (17-14) e, apesar de serem prejudicadas por uma marcação errada do árbitro no 36º rali (21-15), deram sequência ao bom momento (21-18). Um novo pedido de tempo de Bernardinho, porém, acordou as cariocas, que voltaram a crescer e fecharam com 25-19, virando o jogo. 

O equilíbrio do final do terceiro set se confirmou no início do quarto, com as equipes trocando ponto até o oitavo rali (4-4). Em uma bela bola de segunda largada no fundo por Carol, porém, o Osasco abriu dois pontos de vantagem (7-5), chegando à frente no primeiro tempo técnico (8-5). Na volta, mais dois pontos, e Natália definitivamente chamou o jogo pra si, batendo no peito e convocando a torcida, que enlouqueceu nas arquibancadas e viu seu time abrir sete pontos (16-9), o último deles em um ace de Carol. Bernardinho pediu tempo, mas as osasquenses continuaram em melhor situação e não pararam de ampliar a diferença, fechando o set com incríveis 25-13 e levando o duelo para o tie-break.

A Unilever começou o quinto e decisivo set contando com uma grande ajuda do Osasco, que deu três pontos de graça para o time adversário. Após um pedido de tempo de Luizomar de Moura, porém, as paulistas voltaram melhores para o jogo e encostaram no placar (4-3), levando Bernardinho a também pedir tempo. A chamada não surtiu efeito, e Osasco virou com um bloqueio em cima de Joycinha (5-4). O time paulista ainda abriu vantagem maior (8-6), mas as cariocas voltaram a igualar o marcador (8-8) e viraram em um ataque de Regiane (9-8). Não demorou, porém, para que Osasco retomasse a ponta, em um ataque de Natália (11-8). A partir daí, bastou administrar a vantagem, fechar em 15-12, vencer a partida e faturar o título.

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